Governo Bolsonaro por trás de fake news que relaciona PT a facções criminosas

Segundo jornal, texto achado pela Polícia Federal no celular da ex-braço direito de Anderson Torres revela pressão para que servidores do Ministério da Justiça produzissem relatórios mentirosos contra o PT

Freepik e Site do PT

Relação do bolsonarismo com as fake news está mais que comprovada

Uma anotação encontrada pela Polícia Federal no celular de Marília Ferreira, braço-direito do ex-ministro da Justiça golpista Anderson Torres, comprova a relação da turma de Jair Bolsonaro com as fake news que tentam relacionar o PT com facções criminosas.

Relevada pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (6), a anotação afirma que Torres fazia pressão para que a área de inteligência do Ministério da Justiça, que era chefiada por Marília, produzisse relatórios mentirosos contra o PT.

“Havia uma certa pressão para que eu fizesse um relatório que indicasse a relação do PT com facções criminosas”, escreveu Marília, afirmando, adiante, que o documento não foi produzido porque “não havia comprovação”.

Para a presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), o conteúdo encontrado no celular da assessora de Torres comprova o jogo sujo e criminoso dos bolsonaristas para tentar prejudicar o Partido dos Trabalhadores. 

“Muito graves as anotações da ex-diretora de Inteligência de Anderson Torres, Marília Alencar, sobre as pressões que recebeu do chefe para forjar acusações contra o PT. Ela colecionava vídeos e postagens com Fake News sobre compra de votos e supostas ligações do PT com facções criminosas. Mas a própria Marília escreve que não produziu o documento acusatório que Anderson pediu porque não havia base nenhuma para isso”, resumiu Gleisi na rede social X.

A presidenta também pediu uma investigação aprofundada sobre o caso: “Sempre denunciamos que esse pessoal do Bolsonaro conspirava pra ligar o PT ao que há de ruim. Agora, eles mesmos confessam. Tem que ir fundo nesta investigação para que os verdadeiros criminosos sejam punidos”.

Uso da PRF para atacar eleições

Delegada da Polícia Federal, Marília Ferreira foi diretora de Inteligência do Ministério da Justiça quando Anderson Torres comandava a pasta. Inspirava tanta confiança no ex-chefe que o acompanhou até o governo do Distrito Federal, quando ele se tornou secretário de Segurança Pública e pôde, assim, participar da sabotagem da proteção da Esplanada dos Ministérios no 8 de Janeiro.

Segundo a Folha de S. Paulo, a PF encontrou outros textos no celular de Marília que reforçam a denúncia de que o governo Bolsonaro utilizou a Polícia Rodoviária Federal para dificultar que eleitores de Lula, principalmente no Nordeste, votassem no segundo turno.

“Havia uma preocupação do ministro com o Nordeste e ele falava muito na Bahia, pois havia visto no mapa com o planejamento do primeiro turno que havia muito pouca distribuição de equipes no interior da Bahia. Desde antes do primeiro turno a DINT [Diretoria de Inteligência] recebia dezenas de vídeos e postagens de pessoas, a maioria delas fake news, sobre compra de votos e ligação do PT com facções criminosas”, diz outro trecho achado no celular.

“Sempre denunciamos o jogo bruto e ilegal do bolsonarismo, mas agora temos a evidência de que o Ministério da Justiça era o centro da organização criminosa. Tudo isso tem de ser investigado para que os bandidos, a começar pelo chefe, não voltem a ameaçar o processo eleitoral e a democracia”, afirmou Gleisi Hoffmann.

Da Redação

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