Grupo dá início a ato extremo no STF por liberdade de Lula

Manifestantes que entram em greve de fome por Lula Livre foram empurrados e pisoteados por seguranças da Corte, enquanto atendiam jornalistas

Rogério Thomaz Júnior/ PT Câmara.

Manifestantes protocolam manifesto de greve de fome no STF

Empurrados e pisoteados. Esse foi o tratamento dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao grupo de trabalhadores que iniciou uma greve de fome na tarde desta terça-feira (31). Os seis militantes de diferentes movimentos sociais iniciaram o ato extremo em prol da liberdade do ex-presidente Lula – preso político há 116 dias – e pela retomada da Democracia no Brasil.

Após protocolarem o manifesto da greve no STF, os manifestantes pararam na escada em frente ao prédio para atender a imprensa, quando foram empurrados e pisoteados pelos seguranças da Corte. O militante Luiz Gonzaga Silva, o Gegê, da Central dos Movimentos Populares de São Paulo, chegou a cair na escada por conta da truculência. “É vergonhosa a atitude de vocês, enquanto trabalhadores e trabalhadoras tentando nos pisotear como se fossemos bichos. Nós temos aqui trabalhadores e trabalhadoras”, bradou Gegê.

Emocionada, Rafaela Alves do Movimento dos Pequenos Agricultores, que também integra o grupo de grevistas, revelou que já esperava truculência por parte do STF. “Fomos tratados com muita truculência por um grupo de seguranças. Fomos empurrados literalmente para fora. Mas, é assim que os trabalhadores são tratados nesses espaços de poder. Isso não nos surpreende. Já sabíamos que isso poderia acontecer, pois é ali que eles sujam seus papéis com o nosso sangue em seus decretos. Mas nós voltaremos todos os dias, durante a nossa greve, a essa espaço”, disse Rafaela.

Para militante, no entanto, o tratamento dado pelo STF reforça a necessidade do ato extremo e da luta. “São eles que rasgam a nossa Constituição, portanto nosso sentimento é de indignação, aumenta nossa consciência, nosso dever de luta, aumenta a clareza de que estamos no caminho certo e que não podemos recuar até que esse país seja de fato o país que o povo quer ter. É por isso que vamos continuar lutando e convocamos a população brasileira a dar o seu grito de luta”, bradou.

Manifesto

Militante do MST de Pernambuco, Jaime Amorim explicou que o manifesto protocolado tem o intuito de justificar e esclarecer o porque da greve de fome. Indignado com a truculência, ele reforçou o papel do STF no movimento. “Estamos dando a oportunidade do Judiciário para efetivamente dar uma resposta ao país. Não é possível que um juizeco de primeira instância como o Sérgio Moro queira conduzir a nação brasileira, refém dos americanos e dos interesses do capital”, criticou.

No texto do manifesto, o grupo deixa claro que “o Poder Judiciário viola a Constituição e impede o povo de escolher pelo voto, soberanamente, o seu Presidente e o futuro do país”, em referência a prisão política do ex-presidente Lula. O Frei Sérgio Görjen, militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), acredita que a forma como o STF vai reagir à greve de fome, ao longo dos dias, será fundamental para avaliar o STF como instituição social. “Nossa greve de fome é uma espécie de termômetro. Ela traz a fome e o desemprego que o povo está sentindo [para o STF]. É um termômetro porque o jeito que o STF nos tratar, é o jeito que ele tratará o povo”, explicou.

“Somos movidos pela esperança. O povo brasileiro é movido pela esperança. Acredito que vamos superar isso. Eu não acredito que entre os 11 ministros não haja pelo menos seis com coração, sensibilidade social e respeito à Constituição. O povo é mais forte que o Judiciário. Ele é o verdadeiro dono do poder originário”, finalizou Görjen.

Da Redação da Agência PT de Notícias.

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