Haddad foi o mais votado em 98% das cidades mais pobres do país

Dados reforçam compromisso histórico do PT com políticas sociais e comprovam temor dos que mais precisam diante das ameaças do radical eleito

Ricardo Stuckert

Haddad e o governo reeleito do Piauí Wellington Dias: Nordeste disse não ao fascismo

Além de fortalecer a resistência, a unidade da esquerda e a participação dos movimentos sociais diante da ameaça fascista e autoritária, a candidatura de Fernando Haddad também escancarou a disparidade social entre os eleitores brasileiros: o petista levou a melhor em 98% das cidades mais pobres do Brasil, enquanto o capitão da reserva foi o escolhido por quem vive em 97% das cidades mais ricas.

Os dados do TSE deixam claro que os que mais precisam do auxílio do governo nunca esqueceram o compromisso histórico do PT com políticas sociais, cuja existência está sob a mira elitista de Bolsonaro. Basta lembrar o que disse o extremista poucos dias antes do 2° turno das eleições presidenciais.

Ao ser questionado se manteria as medidas adotadas pelos governos anteriores para diminuir o abismo entre ricos e pobres existente no país, o então candidato respondeu com novos ataques a negros, gays, mulheres e nordestinos. “Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vamos acabar com isso”, disse em entrevista divulgada na terça-feira (23) pela TV Cidade Verde do Piauí.

Isso explica também porque Haddad teve a maioria dos votos nos nove estados do Nordeste, região em que Bolsonaro sempre mostrou desprezo antes de se aventurar a comandar o país – embora tenha tentado, em vão, mudar o discurso durante o processo eleitoral. O presidente eleito venceu em apenas 23 das 1.377 municípios da região.

Agora eleito, o candidato terá de lidar com os enormes problemas que o golpe de 2016 trouxe aos milhões de nordestinos e nordestinas. A população local, que possui mais de 53 milhões de pessoas e que só teve reconhecimento à altura a partir do governo Lula, agora é a região com o maior número de desalentados do país e responde sozinha por 60% do total de pessoas que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar uma vaga porque perderam a esperança. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Da Redação da Agência PT com informações do TSE

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