Ideli Salvatti reage a tentativa de censura feita por deputada bolsonarista

“Não vai me calar”, disse ex-ministra após a deputada Júlia Zanatta tentar censurá-la nas redes sociais. Ideli é uma das autoras do pedido de cassação da parlamentar, que incitou violência contra Lula

Richard Casas/ Agência PT

Ideli Salvatti: "Santa Catarina e o Brasil não merecem parlamentares que não contribuem com a paz e a harmonia"

A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) está se mostrando uma típica bolsonarista. Após ser denunciada por incitação ao ódio e violência — algo que ela sem dúvida alguma praticou —, apelou para a tentativa de censurar aquela que provocou o seu crime.

Em março passado, um parlamentar de extrema direita postou nas redes sociais uma foto na qual segura fuzil e veste camiseta que mostra uma mão com quatro dedos cravejada de balas (clara alusão ao presidente Lula). Por isso, acabou denunciada pela ex-ministra de Direitos Humanos e ex-senadora Ideli Salvatti (PT-SC).

Junto ao Movimento Humaniza SC, do qual faz parte, Salvatti coletou assinaturas pela cassação imediata da deputada e protocolou, no mês passado, um pedido com essa finalidade. Agora, Zanatta tenta esconder o caso e, para isso, entrou com liminar para excluir publicações das redes sociais da ex-ministra.

LEIA MAIS: Acesse aqui a Nota de Repúdio divulgada pelo Movimento Humaniza SC

Ideli Salvatti denunciou, na segunda-feira (26), a tentativa autoritária da deputada bolsonarista pelo Twitter: “Quer me censurar? Vale lembrar que censura é prática nazista, fascista, golpista! Não vai me calar!”, escreveu. 

“Ação típica de golpista, fascista, nazista”

Nesta terça-feira (27), Salvatti afirmou à Rádio PT que não se intimidará diante de Zanatta, que, vale lembrar, enfrentará outros processos por incitação à violência, é uma das investigadas por apoiar a tentativa de golpe de 8 de janeiro e costuma usar uma coroa de flores em referência ao adereço que os nazistas colocaram na cabeça de crianças.

“Ela é mais um dos infelizes exemplos desses parlamentares que se elegeram na onda do ódio, da violência e do culto armamentista. É uma pessoa vinculada à família de Jair Bolsonaro. A atitude dela de tentar me censurar, me proibir de comentar, nada mais é uma ação típica de golpista, nazista e fascista de exercer a censura. Ela não me calará”, afirmou (ouça abaixo).

O ex-ministro acrescentou que continua agindo contra os crimes da extrema direita no Brasil e, em especial, em Santa Catarina, seu estado de origem. “Continuaremos agindo porque Santa Catarina e o Brasil não merecem parlamentares que não obedeceram com a melhoria das condições de vida da população, com a paz e a harmonia. É de união e reconstrução que precisamos. Não de arma, de violência e muito menos de censura.”

Repúdio

O presidente do PT de Santa Catarina, Décio Lima, manifestou solidariedade à ex-senadora. “Ideli apenas manifestou claramente o ambiente e os princípios que esta deputada representa e que são inegáveis ​​​​no incentivo ao ódio e nos processos que visivelmente se conceituam em atitudes nazistas”, afirmou o também presidente do Sebrae Nacional (ouça no fim da matéria). 

A ação criminosa da deputada Zanatta também foi denunciada e repudiada por vários veículos e diversas entidades comprometidas com a democracia.

“Manifestações como essa ferem os princípios constitucionais e precisam de resposta imediata das instituições políticas para que não se repitam”, afirmou, por exemplo, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado de Santa Catarina (Sintufsc).

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Da Redação

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