Governo lança grupo de trabalho para combater violência política contra a mulher

GTI que reúne 5 ministérios terá 120 dias para apresentar relatório que irá nortear a Política Nacional de Enfrentamento à Violência Política contra as Mulheres

Fábio Pozzebom/Agência Brasil

Ministras Cida Gonçalves, Mulheres, e Sonia Guajajara, Povos Indígenas, durante lançamento do GTI que vai tratar da violência política contra as mulheres

O Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), criado pelo governo Lula para elaborar a Política Nacional de Enfrentamento à Violência Política contra as Mulheres, abriu oficialmente sua agenda de trabalho nesta segunda-feira (5), em Brasília. O grupo deverá apresentar um relatório com indicações de políticas públicas no prazo regimental de 120 dias. A mesa de abertura do encontro teve a presença da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e de autoridades representantes dos demais ministérios que integram o GTI.

O evento foi o segundo encontro do Grupo de Trabalho, que já realizou, há duas semanas, a apresentação das integrantes e encaminhamento inicial dos trabalhos. Desta vez, a ideia é dar início às escutas de parlamentares e ex-parlamentares, o que terá sequência com representantes de outros espaços de poder, além da política institucional.

Coordenado pelo Ministério das Mulheres, o GTI foi oficializado pelo Decreto n° 11.485, sendo composto por representantes do Ministério dos Povos Indígenas, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério da Igualdade Racial e Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Segundo o Ministério das Mulheres, o objetivo do Grupo é elaborar a Política Nacional de Enfrentamento à Violência Política Contra as Mulheres a partir de um diagnóstico sobre as situações de violência política contra a mulher em três ações: 

1) compilação de dados e de pesquisas nacionais e internacionais disponíveis; 

2) elaboração de estudos sobre as situações de violência política e os mecanismos para o seu enfrentamento; e 

3) mapeamento e consolidação de relatos e experiências de profissionais atuantes no sistema de Justiça, na Segurança Pública e nos serviços socioassistenciais e de mulheres que vivenciaram situações de violência política em suas diferentes formas e em diferentes espaços.

No Twitter, a ministra Cida Gonçalves disse que “o Grupo que trabalhará o enfrentamento à violência política contra mulheres deu início a escutas de parlamentares, bem no momento em que seis deputadas federais são alvo de processo de cassação na Câmara, num claro gesto de misoginia e violência política”. Segundo a ministra, o enfrentamento à violência política contra mulheres é urgente: “A origem de todas as tentativas para tirar as mulheres da política é a misoginia e é estruturante.”

A ministra Guajajara afirmou que o lançamento do GTI ocorre em “um momento crucial para impulsionar políticas públicas que desmantelarão as estruturas de violência e combaterão o projeto de ódio.”

Enfrentar coletiva e internamente a violência política de gênero

O enfrentamento à violência política de gênero é uma das prioridades do Ministério das Mulheres. Com o lançamento do GTI, as ministras Cida Gonçalves e Sonia Guajajara reforçaram a importância do Estado definir medidas que protejam as mulheres, garantam o acesso e a permanência nos espaços de poder.

Para se ter uma dimensão do problema, basta olhar os números: 82% das mulheres em espaços políticos já sofreram violência psicológica; 42% delas já sofreram ameaças; e 40% das mulheres afirmaram que a violência atrapalhou sua agenda legislativa; 66% das prefeitas já sofreram ataques; e 58% foram vítimas de assédio. 

Após o lançamento, o GTI fará a escuta de vereadoras, deputadas e prefeitas que sofrem violência política no dia a dia de seus mandatos. 

Da Redação do Elas por Elas, com informações do Ministério das Mulheres e da Agência Brasil 

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