Janaína Oliveira: Militância LGBT do PT deve ser protagonista

Primeira secretária Nacional LGBT do PT fala dos desafios da recém criada Secretaria, como organizar, na luta LGBT, o debate da resistência de esquerda

Arquivo pessoal

Janaína Oliveira é Secretária do Setorial Nacional LGBT do PT

* Janaína Oliveira é a primeira Secretária do Setorial Nacional LGBT do PT. Todas as secretárias e coordenadoras nacionais, e todos os secretários e coordenadores nacionais foram convidados para escrever artigos, que serão publicados assim que forem recebidos

 

A militância LGBT está organizada no partido desde a sua fundação, de modo que inicialmente priorizou a organização do movimento social, tendo sua organização interna no partido após a consolidação e fortalecimento do movimento LGBT no Brasil, assim, apenas em 2011 a militância passou a se organizar na Setorial LGBT do PT.

Assim, em julho de 2017, com apoio da Presidenta Gleisi Hoffmann e fruto da resistência e luta da militância petista, a setorial foi transformada em Secretaria, estabelecendo um novo marco no partido que mais investiu na cidadania e em políticas públicas para a população LGBT.

Em seu primeiro encontro a Secretaria movimentou quase 2 mil militantes na maioria dos estados, elegendo 21 secretarias estaduais e uma no Distrito Federal, tendo como perspectiva para este novo período ampliar ainda mais o debate e a mobilização de pessoas LGBT no partido.

Bem como, há a compreensão de que a organização partidária precisa ser direcionada para o enfrentamento do discurso de ódio e conservador, que atualmente avança no executivo, legislativo e judiciário como um projeto de poder contra a esquerda brasileira e contra os direitos de mulheres, negros e negras, LGBT, trabalhadores, povos e comunidades tradicionais, etc.

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Assim, a Secretaria Nacional LGBT do PT surge neste cenário de golpe e avanço do conservadorismo no Brasil, com a missão de fortalecer o partido e disputar ideologicamente a sociedade. Este cenário nos coloca as seguintes missões importantes: organizar, na luta LGBT, o debate da resistência de esquerda e o ideário de que o avanço de direitos desta população perpassa pela organização das trabalhadoras e trabalhadores a partir das lógicas, ideais e pressupostos de esquerda e; orientar o partido a perceber que sem vencer o patriarcado e fortalecer a livre orientação sexual e identidade de gênero, assim como outras pautas racismo, conflito geracional e etc.

Para além do compromisso com a pauta geral do PT, há ainda a missão de enfrentar a LGBTfobia institucionalizada dentro do partido, o que dificulta o livre exercício da militância LGBT e impede a ampliação de filiações e de participação dentro das diferentes esferas partidárias.

Assim, a militância LGBT petista tem daqui para frente que cumprir um papel de protagonista na história do Brasil, principalmente diante deste momento de ruptura com a democracia, cujo golpe avança a cada dia sobre os direitos da população LGBT e sobre o legado de conquistas sociais construídas e consolidadas nos governos petistas (2003-2016).

Janaína Oliveira é Secretária do Setorial Nacional LGBT do PT

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