Jornada Nova Primavera: organização popular, justiça social e lutas do PT

Live realizada na Fundação Perseu Abramo, nesta quinta-feira (2) marcou o início da etapa territorial da Jornada, com participação de Edinho Silva, Tássia Rabelo, Paulo Okamotto e Thaís Maciel

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“O PT só será forte se tiver presença nos territórios e se voltar a priorizar a nucleação”, disse Edinho.

A Live Nacional da Jornada Nova Primavera 2025 abriu uma nova etapa de trabalho focada no fortalecimento da militância do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras (PT), com foco no planejamento de ações nos territórios. A abertura do encontro, realizado nesta quinta-feira (2), foi conduzida pela diretora da Escola Nacional de Formação do PT, Thaís Maciel, que destacou o percurso do projeto desde 2021.

Segundo Maciel, a Nova Primavera nasceu para dialogar diretamente com o trabalho de base, levando a formação, mobilização e construção coletiva para os territórios.

Durante uma live, ela lembrou que já são mais de 3 mil inscritos em todo o Brasil, em oficinas que abordaram desde história e socialismo petista até comunicação popular e redes sociais.

“O Nova Primavera se propõe ser esse espaço de troca e de construção coletiva, assim como nos ensinaram Paulo Freire”, afirmou. Ela ressaltou ainda a importância das plenárias estaduais já realizadas em estados como Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Roraima e Alagoas, que agora se desdobram nas atividades territoriais iniciadas em setembro.

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Edinho Silva: “O governo do presidente Lula é o maior patrimônio do nosso projeto político”

O presidente nacional do PT, Edinho Silva, defendeu que a Jornada Nova Primavera deve ser entendida como parte de um processo decisivo para o futuro do país. Ele analisou o cenário internacional, marcado pela ascensão da ultradireita, e traçou paralelos históricos com o período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.

“Vivemos uma crise longa do capitalismo, o empobrecimento do mundo, o crescimento da concentração de renda e o enfraquecimento da democracia liberal. Isso impulsiona o crescimento da ultradireita fascista”, alertou.

Para Edinho, a volta de Lula ao poder recolocou o Brasil no centro da disputa de projetos. Ele elencou conquistas do governo Lula como a retomada do PAC, do Minha Casa Minha Vida (MCMV), a reorganização do Sistema Único de Saúde (SUS) e o crescimento econômico sustentável.

O presidente do PT também tratou da aprovação unânime da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, que marca, segundo ele, o início de uma reforma da renda baseada na justiça tributária.

Edinho defendeu ainda que o PT priorize debates estruturantes como o financiamento do SUS, a segurança pública sob uma perspectiva humanista, a universalização da primeira infância, a economia solidária, a redução da jornada de trabalho e o passe livre no transporte público.

“O PT só será forte se tiver  presença nos territórios e voltar a priorizar a nucleação”, concluiu.

Veja a íntegra da live:

Tássia Rabelo: “Só a luta muda a vida das pessoas”

A secretária nacional de Formação Política do PT, Tássia Rabelo, reforçou o caráter formativo e de massas do Nova Primavera, destacando que desde 2021 o programa já envolve mais de 50 mil militantes.

Inspirado em Paulo Freire, o método aposta no diálogo horizontal e na valorização de cada experiência.

Para ela, o trabalho de base se expressa em iniciativas simples e cotidianas, como reuniões no bairro, cafés coletivos, rodas de conversa ou sarais culturais. “Estar onde o povo está, escutar e dialogar é fundamental. Não dá para colocar tudo na conta do presidente Lula. Cada um e cada uma de nós faz parte da solução”, disse.

Rabelo ressaltou que o atual Congresso Nacional não representa a sociedade brasileira, mas que se move diante da pressão popular.

“Foi a força organizada do povo nas ruas que barrou a PEC da blindagem e aprovou a isenção do Imposto de Renda. É a luta e a organização que traz a primavera”, afirmou.

Paulo Okamotto: formação e práticas para fortalecer o partido

O presidente da Fundação Perseu Abramo (FPA), Paulo Okamotto, destacou o papel da instituição em articular conhecimento e pesquisa para fortalecer a atuação do PT.

Ele lembrou que a formação política voltou à agenda do partido graças a iniciativas como o Nova Primavera.

Segundo Okamotto, a Fundação estuda a eficiência dos diretórios, setores e núcleos, além de desenvolver materiais de apoio em temas como segurança pública, papel dos evangélicos, trabalhadores de aplicativos e pequenos empreendedores.

“Fazer política não é só reunião ou falar mal da direita. É se apropriar de práticas que mudem comportamento e atitude”, explicou.

Ele defendeu que a Nova Primavera seja uma porta de entrada para a militância, oferecendo instrumentos práticos de como montar núcleos, participar de eventos e atuar nas disputas da sociedade.

“A expectativa é que a partir da Nova Primavera tenhamos um partido vivo, capaz de dar conta da conjuntura que enfrentaremos”, concluiu.

Atividades territoriais

No encerramento da live, Thaís Maciel enfatizou que a etapa territorial da Jornada Primavera já está em andamento e chamou a militância para organizar ações locais variadas com panfletagens, rodas de conversa, workshops de cartazes, cafés comunitários, ocupação de câmaras municipais e ações em redes sociais.

Ela lembrou que em 2024 foram realizadas mais de mil atividades territoriais, com a participação direta de 20 mil militantes, e lançou o desafio de superar esses números em 2025.

“Estamos aqui para contribuir com esse processo de forma coletiva. Tenho certeza de que vamos colher muitas flores nessa nova primavera, em plena sintonia com o nosso Brasil”, afirmou.

Da Redação

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