Kokay critica postura do presidente do BB, favorável à privatização do banco

“O banco não pode ficar à mercê de um ministro da Economia que diz ‘deveria privatizar’ ou de um presidente que diz ‘ela seria melhor se fosse privatizado’”, criticou a deputada

Cleia Viana/Agência Câmara

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público promoveu, nesta terça-feira (10), audiência pública para pedir ao presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, esclarecimentos sobre declarações dadas à imprensa em defesa da privatização das principais empresas estatais, incluindo o próprio BB.

“Um banco como esse não poderia estar sofrendo declarações que visam sua própria privatização. Um banco como esse não poderia ter na sua presidência alguém que diz: ‘Eu acho que em algum momento a privatização do Bando do Brasil será inevitável’. O Banco do Brasil não pode ficar à mercê de um ministro da Economia que diz ‘deveria privatizar’ ou de um presidente que diz ‘ela seria melhor se fosse privatizado’”, criticou a deputada Erika Kokay (PT-DF).

O Banco do Brasil é o mais antigo do País. De acordo com a deputada, o banco é responsável por financiar 57% a 60% do total do segmento do agronegócio, responsável por 25% da riqueza do Brasil. É o maior banco do País por ativos e que possui participação de 19,3% no mercado de crédito nacional. “Entra governo e sai governo, o banco tem dado lucro, portanto, com exceção de 2016, o banco deu lucro todos os anos, ele tem uma atuação absolutamente imprescindível”, reforçou Erika.

Os dados levantados pela economista e Técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Mariel Lopes os bancos públicos são os responsáveis pela indução do desenvolvimento econômico nacional, regional e municipal, porque a presença dos bancos públicos é muito maior que a presença dos privados nos rincões do Brasil. De 1100 agências que existem na região norte, 60% são de bancos públicos, dentre eles o Banco do Brasil. O Banco do Brasil tem atuação em 127 países, sendo 17 países com agências próprias e 107 países por meio de agências de bancos correspondentes.

“Portanto, estamos falando de uma instituição que faz parte da vida do povo brasileiro e que é fundamental para o desenvolvimento do Brasil, não apenas no que diz respeito à agricultura familiar ou credito agrícola, mas no que diz respeito ao comércio exterior”, afirmou Erika.

Em Bolsonaro não dá para confiar

 

O deputado Zé Carlos (PT-MA) também foi contra as declarações do presidente do banco e deixou claro que não dá para confiar nas declarações do presidente Bolsonaro – em que não haverá nenhuma proposta de privatização do Banco do Brasil. Segundo Zé Carlos, o povo é que não deixará acontecer a privatização. “O que vai fazer esse banco não ser privatizado é exatamente essa Casa (Congresso), que não concorda de maneira nenhuma e, principalmente, o povo brasileiro que já disse “Não” a essa privatização. É nessa Casa e no povo que nós confiamos”.

“O banco é do povo brasileiro, o povo brasileiro precisava do Banco do Brasil. Se é para favorecer e dizer que o Banco do Brasil não será privatizado, que não se privatize as suas subsidiaras e não se pense em parcerias com bancos estrangeiros, porque é o Banco do Brasil. Não mexe no meu BB, porque ele é do povo brasileiro”, finalizou Erika Kokay.

Por PT na Câmara

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