Laisy: 8 de março é data de dizer não ao desmonte dos direitos
Para a secretária nacional de mulheres do PT, o desmonte dos direitos previdenciários e trabalhistas proposto por Temer vai penalizar as mulheres duplamente
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A luta das brasileiras neste 8 de março de 2017, no Dia Internacional da Mulher, tem uma pauta urgente: o combate ao desmonte dos direitos previdenciários e trabalhistas, proposto pelo governo usurpador de Michel Temer. Esta é a avaliação da secretária nacional de Mulheres do PT, Laisy Moriére.
“É importante sair às ruas e dizer não à reforma da Previdência, não à reforma trabalhista, não a esse governo usurpador e golpista. E por mais democracia, nenhum direito a menos e nenhuma mulher a menos”, convoca Laisy.
A petista destaca que as duas “reformas” de Temer vão penalizar as mulheres duplamente.
“A reforma trabalhista, por exemplo, vai precarizar o trabalho no Brasil. E nós já sabemos que hoje as mulheres ganham 70% do que ganha um homem na mesma atividade profissional. Então se vai precarizar o trabalho, as mulheres serão as mais atingidas”, aponta.
Mesmo com a pauta local, Laisy não esquece a questão internacional que marca a data.
“Esse ano eu acho que tem um diferencial no 8 de março que é o chamamento internacional da greve das mulheres, que introduz uma discussão mais aprofundada da participação das mulheres na produção dos bens econômicos na sociedade”.
Segundo ela, mesmo participando do desenvolvimento da sociedade e de sua produção econômica, as mulheres são invisíveis nesse processo. E a grave mundial ajuda a chamar atenção e ajudar a acabar com essa invisibilidade.
Mais mulheres na política
A secretária nacional de Mulheres do PT ressalta a importância da participação feminina nos espaços políticos e de decisão, que vai além do fato das mulheres serem mais de 50% da população no Brasil.
“Não é só porque somos maioria na sociedade. Quando as mulheres têm consciência do papel delas na sociedade, quando elas ocupam um cargo de poder e decisão, elas fazem diferente. O olhar que as mulheres têm que é diferente dos homens. Elas têm outro olhar sobre o mesmo projeto de lei, por exemplo”, explica Laisy.
Porém, para garantir mais participação das mulheres na política, é preciso mudar a cultura do ‘fazer político’, pondera a secretária.
“Só vai ter mais mulheres na política, se a gente tiver mais democracia, em todos os lugares, inclusive nos partidos políticos, onde as mulheres se sintam realmente participantes, que elas não sejam só coadjuvantes do processo. Que seja aquela que tem opinião, é ouvida, que tem acesso às informações e às decisões. E para ter mais democracia, nós precisamos mudar a cultura política existente no País, a cultura do ‘fazer político’, que ainda é muito permeada pela visão masculina”.
A mudança cultural para incluir a visão das mulheres, aponta Laisy, não é nada fácil.
“Como diz a lei da física: no mesmo espaço não cabem dois corpos. Então para ter uma mulher, vai ter que sair um homem. Então isso é sempre um problema”.
Neste ponto, Laisy destaca que o PT é o partido que mais avançou em relação à participação das mulheres e que as mulheres se reconhecem no PT.
“Temos a maior bancada de deputadas federais, temos paridade, elegemos a primeira mulher presidenta do Brasil. Então são feitos que o PT fez que estão marcados para sempre na história do Brasil. E na história de luta das mulheres”, enfatiza.
Para ela, o partido deu passos largos com a implantação da paridade nas direções da legenda, que garante 50% de mulheres nos cargos de diretoria do partido. Mas é preciso ir além, para que essa paridade não seja apenas numérica.
“Que ela seja uma cultura partidária. Porque eu posso ter o número paritário, mas no fazer da política não quer dizer que eu faça política paritariamente. Tem que mudar a cultura, a cultura do fazer político”.
Laisy acredita que o 6º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores pode contribuir nesse processo de mudança cultural dentro do PT.
“Quando nós abrimos o processo da paridade, que era apenas no número, nós já estávamos abrindo, de certa maneira, a mudança da cultura. Então é um processo. E eu acho que o PT está no caminho de mudar esse processo da cultura do fazer político”, conclui.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias