Latino-americanos estão chocados com golpe no Brasil, diz Gleisi
Senadora petista participou da Assembleia Parlamentar Euro-Latinoamericana e destacou a solidariedade internacional contra o golpe no Brasil
Publicado em
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) participou, nesta semana, da reunião da Assembleia Parlamentar Euro-Latinoamericana (EuroLat), em Portugal, e destacou a solidariedade internacional que o Brasil tem recebido devido ao golpe à democracia, com o afastamento da presidenta eleita Dilma Rousseff.
“Houve muita solidariedade internacional, não só dos latino-americanos, que eu diria que foi quase unânime com a representação que estava lá, mas também por parte de vários representantes da Europa”, frisou.
Segundo a senadora, os presentes se mostraram “muito incomodados com essa situação do Brasil, avaliando que de fato não tinha crime para afastar a presidenta por impeachment”. Ainda de acordo com Gleisi, eles acreditam que “o que está acontecendo no Brasil é uma afronta à democracia e um golpe institucional”.
A petista acrescentou que os países latino-americanos estão receosos que o golpe ocorrido no Brasil se espalhe pelas demais nações do subcontinente.
“Os latino-americanos estão realmente muito chocados com o que está acontecendo hoje no Brasil e muito temerosos que esse tipo de intervenção, esse golpe institucional, acabe fazendo com que outros países o adotem. E isso desestabiliza a democracia na América Latina”, afirmou.
Nenhum representante dos países defendeu o governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (PMDB), relatou Gleisi.
“Praticamente de forma unânime nós recebemos apoio de quem estava lá. Até a oposição venezuelana não defendeu o governo do Temer. Não acredito que o governo interino do vice-presidente Michel Temer tenha manifestações de apoio ou parceria desses países”, ressaltou.
A composição do governo golpista de Temer também chamou a atenção dos representantes presentes ao encontro. “Senti que muita gente está chocada com o governo formado pelo interino Temer. É um governo de brancos, homens, ricos, sem nenhuma diversidade e os mais jovens são da segunda ou terceira geração de políticos profissionais no Brasil”, disse.
A senadora acredita que a solidariedade internacional contra o golpe pode ajudar na luta pela democracia do Brasil. “Não tenho dúvidas que essa reação internacional é uma reação que pode nos ajudar a reverter esse quadro”.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias