Fórum internacional critica ‘machismo’ do governo golpista

Fórum Euro Latino-Americano de Mulheres alerta: “a representatividade não é meramente simbólica. Tem consequências nos países”. Carta será encaminhada a Temer

Dias após o ministro golpista da Casa Civil, Eliseu Padilha, declarar que “tentaram buscar mulheres” para compor o gabinente em exercício, mas não foi possível, a questão se tornou alvo de protestos fora do Brasil. Nesta segunda-feira (16), a presidenta do Fórum Euro Latino-Americano de Mulheres, Myriam Suazo, manifestou-se contra a ausência de ministras mulheres no governo do presidente golpista, Michel Temer.

“Em pleno 2016 é inconcebível um governo sem representação feminina e de minorias. As conquistas e direitos das mulheres estão relacionadas diretamente aos espaços políticos de sua participação e representação”, diz o comunicado luido por Suazo, em Portugal.

O governo interino do vice presidente Michel Temer além de retroceder, desencoraja mulheres e minorias a buscar espaços na política do Brasil”. O comunicado será encaminhado a Temer oficialmente pelo Fórum Euro-Latino-Americano da Mulher.

Não há mulheres no primeiro escalão do governo Temer (Foto: Lula Marques/Agência PT)

Não há mulheres no primeiro escalão do governo Temer (Foto: Lula Marques/Agência PT)

Leia o texto completo abaixo:

COMUNICADO DE PROTESTO
“Nas últimas décadas, sobretudo após o fim do regime militar de exceção, o Brasil, na busca de uma maior representatividade de nossa rica diversidade, tem se dedicado à luta democrática e de inclusão social. Vivemos portanto uma onda  de conquistas que, apesar de ainda insuficiente, tem sido fundamental para o desenvolvimento da democracia com justiça social.

Das mudanças políticas no Brasil, que afastaram do cargo a primeira mulher eleita presidenta da República, emergiu um governo interino composto exclusivamente por homens brancos, sem respeito as diversidades do povo brasileiro.

Em pleno 2016 é inconcebível um governo sem representação feminina e de minorias. As conquistas e direitos das mulheres estão relacionadas diretamente aos espaços políticos de sua participação e representação.

A representatividade não é meramente simbólica. Tem consequências diretas na vida política e social dos países. O governo interino do vice presidente Michel Temer além de retroceder, desencoraja mulheres e minorias a buscar espaços na política do Brasil.

Defendemos que as políticas públicas não sejam interrompidas e protestamos contra o enfraquecimento institucional da agenda das mulheres, com redução de ministérios e a não participação das mulheres no primeiro escalão do governo.”

Da Redação da Agência PT de Notícias

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