Lindbergh: “Eles querem a liberdade para continuar atacando as instituições”
Bancada do PT se posiciona contra a dosimetria de penas para Jair Bolsonaro e militares
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Em coletiva realizada na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (24), a Bancada do PT se posicionou contra o PL da Anistia e a dosimetria de penas para quem atentou contra a democracia, incluindo o ex-presidente, Jair Bolsonaro. O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), disse que a prioridade do Congresso deve ser a votação da isenção do Imposto de Renda (até R$ 5 mil) e outras pautas da agenda do povo.
Bolsonaro preso
O líder do PT conversou com a impressa logo após reunião da bancada com o relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). O petista foi enfático ao defender que “a posição da bancada do PT é unânime contra o projeto da anistia e a revisão de penas, em especial para Bolsonaro e aos militares que participaram da trama golpista”.
Por outro lado, Paulinho da Força disse que sua intenção é de reduzir penas para Jair Bolsonaro. O ex-presidente busca uma dosimetria que garanta sua prisão domiciliar. Para parlamentares petistas isso “é uma brutal interferência do Legislativo no Judiciário”. Lindbergh afirmou ainda que “seria uma vergonha para o país se Bolsonaro não fosse preso e ficasse em casa, numa mansão de luxo. Isso passaria um sinal muito ruim para o futuro, incentivando novos golpes”.
Em um texto que a bancada petista teve acesso, é sugerida a redução da pena para golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito para 2 a 6 anos — isso corresponde a menos do que a pena por roubo de celular, menos que crimes patrimoniais, explicou Lindbergh.
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PT ao lado do povo
De acordo com Lindbergh, “pelo que vimos na reunião do Colégio de Líderes [dia 23], se o presidente Hugo Motta quiser de fato votar a isenção do IR, não pode pautar esse tema da revisão de penas e da anistia”. A bancada do PT tem lutado por pautas mais importantes para a população, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
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“Se alguém quiser juntar os temas para forçar o PT ou o governo a mudar de posição, não vai conseguir. Nós avisamos: se insistirem nesse tema, a proposta será rejeitada. Vai ter gente do outro lado votando contra também. E aí entraremos numa proposta absurda de anistia ampla, geral e irrestrita, que é inconstitucional. Quem pautar isso estará correndo o risco de agravar a crise institucional e atacar o Supremo”, sinalizou o líder petista.
Para manter o calendário, a votação da isenção do Imposto de Renda na Câmara precisa ser mantida em 1º de outubro, conforme última reunião do colégio de líderes. O projeto do governo ainda deve ser debatido e votado no Senado.
Vozes das ruas
Os petistas acreditam que o presidente Hugo Motta tem um único caminho a partir de agora: não pautar o tema da anistia para os golpistas criminosos. Pois, se o Parlamento insistir em misturar os temas, vai entrar novamente em contradição com as ruas. Lindbergh lembrou das manifestações do último domingo (21) que levaram milhares de brasileiros às ruas contra o PL da Anistia e a PEC da Blindagem, esta enterrada hoje na CCJ do Senado.
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“Portanto, a posição da Bancada do PT é clara: contra a anistia, contra a revisão de penas, e firme na defesa da votação do Imposto de Renda”, finalizou o líder petista
