Lula: “A única coisa que não vale é a gente perder a esperança”

Ex-presidente participou de encontro com moradores da Zona Sul de São Paulo

Ricardo Stuckert

Lula em encontro com moradores da Zona Sul de São Paulo

“Minha mãe morreu analfabeta com 70 anos, mas nunca reclamava: ela sempre achava que no outro dia ia melhorar. Se eles acham que contando mentira a meu respeito vão me fazer abaixar a cabeça, eles não sabem o que é um nordestino que sobreviveu à fome com sete anos de idade”, disse nesta sexta-feira (4) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um encontro com lideranças da Zona Sul de São Paulo.

Lula voltou a enfatizar a importância da retomada do otimismo para recuperar o país. “Se eu estou animado desse jeito, porque vocês vão desanimar? Nós aprendemos que esse país pode ser diferente, e já sabemos que nós podemos fazer diferente”, ponderou. O presidente estadual do PT, Luiz Marinho, também participou do encontro, que reuniu moradores, indígenas, entidades e empresários da região.

“Minha primeira casa com a Marisa tinha 33 metros quadrados. Morava eu, dona Marisa, a sogra e quatro filhos. Era assim que o pobre era tratado. Nunca consideraram que era papel do estado olhar pra essas pessoas. Porque o rico não precisa do estado pra dar água enganada, transporte, saúde”, relembrou Lula. “Pra ser justo, o Estado precisa olhar primeiro pra quem precisa mais. A mãe ama todos os filhos, mas se tiver um que esteja doente, o mais frágil vai ser aquele que vai receber mais atenção”.

Cortes no Orçamento

O ex-presidente também fez duras críticas ao atual governo e questionou os cortes aplicados pelo governo Temer. “Eles agora querem fazer economia, mas nunca cortando as coisas deles. O Temer acabou de gastar R$ 14 bilhões para se garantir no poder, que economia é essa? Em cima do feijão, dos direitos dos trabalhadores?”, indagou.

“A gente colocou o pobre dentro da economia e ele deixou de ser problema e passou a ser solução. E o pessoal reclamava do Bolsa Família. É esmola pra quem dá gorjeta de R$ 90 depois que enche a cara de uísque. Pra uma mãe, você da R$ 100 e ela coloca comida na mesa para os filhos”, ressaltou Lula. “Foi a geração de emprego e o aumento de salário fez o pobre começar a gastar. Se eles não sabem como resolver o problema desse país, que deixem quem sabe resolver”, concluiu.

*Do site Lula.com

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