Lula: garantir moradia para o povo é obrigação do governo

Ao lado de Fernando Haddad e Guilherme Boulos, Lula visitou, nesta sexta-feira, condomínios construídos pelo MTST com recursos do Minha Casa Minha Vida, em Santo André

Ricardo Stuckert

Haddad, Lula e Boulos: juntos pelo direito à moradia

Ao visitar, nesta sexta-feira (25), os condomínios Novo Pinheirinho e Santo Dias, construídos em Santo André (SP) pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) com recursos do Minha Casa Minha Vida, Lula garantiu que, se o PT voltar a governar o país, os movimentos sociais terão uma participação na elaboração das políticas públicas ainda maior do que tiveram no seu primeiro governo.

“Podem estar certos de que vocês vão ter muito mais participação na construção de casas neste país. Vocês vão ser muito mais utilizados, porque nós aprendemos que vocês fazem melhor, mais barato, com muita qualidade e, sobretudo, muito respeito”, afirmou Lula, elogiando a qualidade dos condomínios visitados, que contam, além de apartamentos de 54m², com elevadores, área social, churrasqueira, quadra de esportes e até, como brincou Lula, “varandinha do pum”, para os dias em que “a gente não está muito bem do estômago”.

O ex-presidente lembrou que, embora o Minha Casa Minha Vida tenha contratado, de 2009 a 2016, 4,2 milhões de residências, ainda existem quase 5 milhões de brasileiros que aguardam por moradia, um direito assegurado na Constituição do Brasil que vem sendo atacado pelo governo de Jair Bolsonaro, inclusive com o desmonte do Minha Casa Minha Vida. 

“O povo pobre, quando ocupa um terreno baldio, não é porque gosta de invadir. O povo ocupa para chamar a atenção do governo, que tem responsabilidade e obrigação de cumprir os preceitos constitucionais e construir casa para o povo”, disse. “Então, quero dizer aos companheiros do MTST e aos quase 5 milhões que não têm casa no Brasil que, se Deus quiser, vamos voltar a governar este país e esse povo vai voltar a ser tratado com dignidade e respeito outra vez. E as casas que forem feitas serão boas e darão dignidade para as pessoas viverem. É preciso respeitar as pessoas”, completou Lula, que, um pouco antes, havia tido um momento de emoção ao ser abraçado pelo pequeno Breno, menino morador dos condomínios.

Emoção e luta

Também presente na visita, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad ressaltou que a perseguição que acabou por levar Lula à cadeia injustamente foi motivada, em grande parte, pela incapacidade da elite brasileira de aceitar que os mais pobres sejam tratados com dignidade e ganhem acesso à comida, educação, salário digno e moradia.

“Enquanto tiver um brasileiro sem teto, um brasileiro com fome, um brasileiro sem direito à educação, nós vamos estar na rua pela luta dos direitos sociais deste país. Está na hora de juntar todas as forças sociais disponíveis para uma grande virada em 2022”, defendeu Haddad. “Emociona vir aqui, ver essas casas, mais de 900 unidades entregues. É uma emoção muito grande ver o brilho no olho de cada uma e cada um de vocês. É por isso que a gente luta, é por isso que a gente vai continuar lutando”, completou.

Líder do MTST, Guilherme Boulos disse que os dois condomínios são “um exemplo da potência do movimento social e do povo organizado. “Tudo isso foi feito pela gestão do movimento social, por um projeto discutido com cada família. Isso foi feito pela força do movimento social, pelo MTST, tão atacado, tanto criminalizado”, discursou. 

“‘Ah, são vagabundos, são invasores’. Quantos de nós já nnao ouvimos isso? Vagabundo? Quem luta por casa e moradia não é vagabundo. Vagabundo é quem ficou 27 anos no Congresso e não fez nada, só rachadinha e esquema de gabinete. É quem fica passeando de moto e jet ski enquanto o povo brasileiro está na fila do osso. Invasores? Olha aqui o que os invasores fizeram junto com a política pública criada pelo seu governo, Lula”, prosseguiu Boulos, antes de concluir: “Isso me faz ter certeza de que o povo brasileiro é muito maior do que essa tragédia que nós estamos vivendo, muito maior do que Bolsonaro e sua turma”.

Da Redação

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