Lula: “Itaipu deve contribuir com o desenvolvimento de Brasil e Paraguai” 

Ao participar da posse de Enio Verri como novo diretor-geral da binacional, Lula defende a função social e desenvolvimentista da empresa e prega maior integração sul-americana

Ricardo Stuckert

Lula entre o novo diretor-geral de Itaipu, Enio Verri, e o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez (Foto: Ricardo Stuckert)

Líder mundial de geração de energia limpa, a Itaipu Binacional retomou, nesta quinta-feira (16), com a posse do novo diretor-geral brasileiro, Enio Verri, seu papel de contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país.

“O Ênio assume a Itaipu Binacional no lado brasileiro com a responsabilidade de colher resultados não só para a empresa. Aqui, ele é um representante do Brasil e precisa ajudar o governo a resolver os problemas do povo brasileiro”, ressaltou o presidente Lula, durante a cerimônia de posse.

Lula contou que escolheu o deputado federal pelo PT do Paraná para comandar a empresa devido tanto ao seu conhecimento de economia (Verri tem doutorado na área) quanto ao seu compromisso com a área social.

“Itaipu precisa voltar a ser a empresa extraordinária que sempre foi, precisa ter em conta que deve contribuir com o desenvolvimento tanto do Brasil quanto do Paraguai. Não apenas vendendo energia, mas compartilhando o que recebe com a sociedade, para que a sociedade receba os benefícios que tem que receber”, completou Lula.

Em seu discurso, Verri se mostrou alinhado aos objetivos do presidente. “A Itaipu voltará a colaborar ativamente com o governo federal para fortalecer as políticas sociais de inclusão e combate a toda forma de desigualdade”, garantiu.

E acrescentou: “O esforço para erguer essa obra e pagar a imensa dívida de sua construção foram assumidos por todos os consumidores. Me parece justo que seus benefícios também sejam estendidos”.

Integração sul-americana

Tanto Lula quanto Verri destacaram que Itaipu é a prova de que os países da América do Sul podem se unir em prol de um desenvolvimento mútuo, que beneficie todas as nações do continente.

“A Itaipu não é uma mera geradora de energia. É muito mais. É, antes de tudo, um exemplo de projeto bilateral de reconciliação, cooperação e integração”, afirmou o novo presidente da empresa.

Lula, por sua vez, definiu o acordo de construção da hidrelétrica, firmado entre Brasil e Paraguai em 1973, como um ato “civilizatório”. “Provou que é possível a gente fazer acordos binacionais e estabelecer uma relação em que os dois povos, os dois países ganhem”, disse.

O presidente voltou a defender a integração da América do Sul e o fortalecimento do Mercosul. “Está provado que, juntos, nós temos força para negociar. Separados, nós somos muito frágeis”, observou.

E, por fim, reassumiu o compromisso de fazer do Brasil um país amigo das demais nações do continente. “O Brasil, como irmão maior da América do Sul, deve ter a responsabilidade de fazer com que os outros países cresçam junto conosco, para que a gente possa viver num continente de paz e nunca mais repita o gesto ignorante de uma guerra, como já ocorreu entre Brasil e Paraguai.” 

Encontro com Mario Abdo

Lula aproveitou a viagem a Foz do Iguaçu (PR) para se reunir com o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, que também participou da cerimônia de posse de Enio Verri.

Na reunião, os dois presidentes discutiram a construção de duas novas pontes entre Brasil e Paraguai, e conversaram sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia e a cooperação entre os dois países.

A Itaipu Binacional

Itaipu (pedra que canta, em tupi-guarani) é uma entidade binacional criada e regida, em igualdade de direitos e obrigações, por um tratado assinado em 26 de abril de 1973, entre Brasil e Paraguai.

Sua usina hidrelétrica, localizada no Rio Paraná, na fronteira entre os dois países, foi construída entre 1975 e 1982 e é uma das três maiores do mundo. Atualmente, ela fornece 19,3% da energia consumida no Brasil e 87,3% da do Paraguai.

Da Redação

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