Lula: “Quero que os filhos de trabalhadores tenham oportunidade”

Em ato pela educação pública, o ex-presidente destacou que um país só pode ser desenvolver se investir em educação e que golpistas negam a soberania nacional

Ricardo Stuckert

Lula, Wellington Dias, Gleisi Hoffmann, Carlos Zarattini e José Guimarães em ato pela educação pública

É por ter saber o que é o abandono da classe pobre pela elite brasileira que o ex-presidente Lula tem a educação como uma questão de honra. “Quero que todos os filhos de trabalhadores tenham oportunidade”, disse ele no ato Suprapartidário em Defesa das Universidades Públicas, dos Institutos Federais e da Ciência e Tecnologia, organizado pelas bancadas do PT na Câmara e do PT no Senado.

O ato fez parte do Seminário pela Educação Pública, Desenvolvimento e Soberania Nacional, em Brasília.  O ato contou com a participação do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, da presidenta nacional do PT Gleisi Hoffmann, do reitor da Universidade Federal do Pará Emmanuel Tourinho, representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União da Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e de movimentos pela educação.

“O investimento na inteligência de um povo é o que vai permitir que o país seja efetivamente soberano em todas as esferas”, disse o ex-presidente. “Se os números são das manchetes da evasão escolar, da baixa qualidade, de crianças que vão para a escola apenas para comer, esse país nunca será soberano.”

Lula afirmou que os golpistas estão destruindo a cultura, a educação, a ciência e a tecnologia, e negando valores fundamentais da soberania nacional. “Na hora que você tira dinheiro do orçamento de educação, você deixa de construir uma nação”, disse.

O ex-presidente também reforçou que o país não pode mais ficar submetido ao rentismo. “O mercado exige que um presidente da república tem que dizer que vai acabar com o direito dos trabalhadores, com a previdência, com a pensão das mulheres que foram mães”, afirmou ele.

Lula ressaltou que os golpistas divulgam que está aumentando o investimento estrangeiro, e o que está vindo é dinheiro para comprar ativos prontos.

Em seu discurso, Lula também falou do presidente americano Donald Trump. Lula disse não concordar com tudo da Venezuela, mas que concorda muito menos com a ameaça de intervenção de Trump no país latino-americano. “Que Trump cuide dos Estados Unidos, a Venezuela da Venezuela e nós do Brasil”, disse ele.

Lula também falou da perseguição judicial da qual é vítima. “Eu não quero que Moro me absolva. Eu só quero que ele peça desculpas”, disse. “Eles estão mexendo com as pessoas que tem como legado cuidar das pessoas. Eu não posso aceitar as mentiras que os meios de comunicação estão tentando transformar em verdade.”

O ex-presidente afirmou que ele tem profundo respeito por quem o respeita, e pelas leis que ele próprio ajudou a criar. “Mas eles não me respeitaram”, disse. “O objetivo é não deixar que o Lula seja candidato”.

“Eles trabalham todo santo dia para me tirar da disputa. Mas eu quero que eles saibam que o problema deles não é o Lula”, disse. “O problema é que nesse país tem milhões que já aprenderam a ter consciência política.”

“Se acham que me tirando da disputa vão resolver problema deles, tirem. Eles tem que saber não pela minha boca, mas pela boca de vocês que só tem um jeito para esse país voltar a crescer: é com democracia, com eleição direta”, disse.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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