Maioria da população é contra anistia para extremistas do 8 de janeiro

Pesquisa aponta que a maior parte dos brasileiros defende punição aos envolvidos. Denúncia contra Bolsonaro e outros será analisada na semana que vem. TvPT transmitirá a sessão ao vivo

Marcelo Camargo / Agência Brasil - Site do PT

Crimes de Bolsonaro serão analisados pelo Supremo Tribunal Federal na próxima semana.

O início do julgamento de Jair Bolsonaro e sua caterva golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) promete parar o país na próxima terça-feira (25) com transmissão ao vivo pela TvPT. A quadrilha que atentou contra a democracia e, entre vários crimes, planejou executar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, teve duas péssimas notícias nestes dias de véspera de julgamento.

Pesquisa PoderData divulgada nesta sexta-feira (21) pelo Poder 360 apurou que a maioria dos brasileiros, 51%, é contra conceder anistia aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. O levantamento foi feito de 15 a 17 de março e ouviu 2.500 pessoas.

E nesta quinta-feira (20), o Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin vão participar do julgamento da denúncia sobre a trama golpista. O placar contra o impedimento de Moraes e Dino foi de 9 votos a 1 e o afastamento de Zanin foi rejeitado por unanimidade (10×0).

Leia também – Crédito do Trabalhador: menos burocracia, menos juros, mais dinheiro no bolso

A decisão foi uma amarga resposta aos recursos de Bolsonaro e dos generais Walter Braga Netto e Mário Fernandes para afastar os ministros do julgamento. Juristas consideram que a confirmação de Dino, Moraes e Zanin pode ser a pá de cal para a organização criminosa chefiada por Bolsonaro e que tentou destruir a democracia do país. A segurança no perímetro próximo à Corte será reforçada, conforme divulgado pela imprensa.

Corte analisa “núcleo 1” de golpistas

Se maioria dos ministros da Primeira Turma da Corte Suprema aceitar a denúncia, Bolsonaro e mais sete acusados no chamado “núcleo 1” da trama golpista viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.

Além do ex-presidente, as figuras centrais da “inteligência” do golpe são o general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de 2019 a 2022, também conhecido como “sombra” de Bolsonaro, e o general Walter Braga Netto, ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022, ex-ministro-chefe da Casa Civil.

O “núcleo 1” tem também Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) de Bolsonaro; almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, e o tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

PL insiste em anistia, CNBB condena

Diante da insistência do Partido Liberal na anistia a Bolsonaro e sua turma golpista, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, bradou em seu perfil na rede X. “Essa não é a pauta do Brasil e do povo brasileiro!”, escreveu. Em vídeo com trecho de entrevista à imprensa, ele falou do desespero dos bolsonaristas e da gravidade de o Legislativo colocar a Câmara numa grande crise institucional diante do julgamento no STF.

“A gente retrucou de cara. Imagina num momento como esse essa Casa botando para votar esse projeto da anistia. É quase uma posição do poder Legislativo contra o poder Judiciário. E a coisa é mais grave”, alertou, ao apontar que o substitutivo da anistia não é sobre o 8 de janeiro. “Ela vai de um dia após a eleição até a promulgação da lei, pega tudo, a operação Punhal Verde amarelo, o plano de assassinato de Lula e Moraes. Não aceitamos que seja pautado, demos posicionamento contrário”, asseverou.

Na terça-feira (18) a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se posicionou em postagem na rede social X. “A CNBB expressa perplexidade e indignação diante das tentativas de mudança na Lei da Ficha Limpa, uma conquista democrática do povo brasileiro”, diz a publicação da entidade.

Em vídeo, dom Jaime Spengler, presidente da CNBB, junto com vários outros clérigos, convocou os parlamentares “à responsabilidade e a sociedade civil à mobilização contra qualquer retrocesso que comprometa a integridade da vida pública no Brasil”.

Da Redação, com Agência Brasil

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast