Margarida Salomão sai na frente em Juiz de Fora e é a favorita para vencer a disputa no 2º turno
Candidata do PT, que obteve 39,46% dos votos no primeiro turno, ganhou o apoio do PCdoB e PSOL, e já tem o suporte do PV. Ela é favorita para derrotar empresário milionário, que disputa pelo PSB e tem a rejeição até dos tucanos. “O vento está mudando. Essa eleição trouxe muitos recados importantes ao sistema político. Cabe a nós compreendê-los”, afirma
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Vitoriosa no primeiro turno das eleições municipais em Juiz de Fora (MG), com 102.489 votos (39,46%), a deputada federal Margarida Salomão (PT), professora universitária e uma das mais combativas parlamentares no Congresso Nacional em defesa da educação pública, desponta como a favorita para comandar a cidade. Ela largou na frente na construção de uma política de alianças com outras forças progressistas, fechando acordos com com o PSOL e o PCdoB para ganhar as eleições em 29 de novembro, e já tinha o apoio do PV desde o início da campanha eleitoral. “O vento tá mudando. Essa eleição trouxe muitos recados importantes para o sistema político. Cabe a nós compreendê-los”, diz a deputada federal.
Favorita nas eleições, Margarida enfrenta neste segundo turno o empresário Wilson Rezato, dono de uma construtora, que obteve menos de 23% dos votos em 15 de novembro. Nesta quarta-feira, Margarida ganhou o apoio de um adversário histórico, o ex-deputado federal Marcus Pestana, fundador do PSDB em Minas, que declarou apoio à petista, mesmo reconhecendo divergências profundas. “A diferença entre os dois candidatos que disputam o segundo turno é abissal”, declarou Pestana. De acordo com o tucano, Rezato se entregou às atividades empresariais, com seus negócio atropelando o interesse público e a legislação municipal. “Nunca participou das lutas do povo em defesa da democracia e da justiça social”, declarou Pestana.
Nesta quarta-feira, em entrevista à rádio CBN, a candidata do PT declarou que pretende governar adotando um programa de desenvolvimento inclusivo na cidade, que tem mais de 516 mil habitantes, de acordo com o IBGE, e é a quarta cidade mais populosa de Minas Gerais.“Nossa campanha tem como eixo político o direito à cidade de todos e todas as pessoas de Juiz de Fora”, disse. “Vamos ter uma proposta de desenvolvimento inclusivo para todos. Não basta simplesmente produzirmos mais riqueza. É preciso que as pessoas partilhem essa riqueza que venhamos a produzir”, adiantou.
Participação popular
Margarida defende um programa de governo com a participação da população. “Teremos um processo de planejamento territorializado, ouvindo quem mora naquele local sobre seu dia a dia e sua vida”, destacou a petista.“A periferia é onde vive grande parte dos trabalhadores e trabalhadoras negras. Então, é lógico que se você quer ter uma cidade em que tudo é para todos, temos que contemplar essa parte da cidade, que é menos beneficiada e a requer de fato a intervenção de políticas públicas”, defendeu.
Margarida já esteve reunida na última terça-feira, 17, com a candidata Ione Barbosa (Republicanos) – terceira colocada na disputa municipal, onde obteve 56.669 votos (21,83%). “As conversas que tenho feito são de altíssimo nível. Disse a Ione que, é claro, a mim interessa se ela se dispuser a fazer um apoio público. O mais importante foi reconhecer a bela campanha que ela fez, a expressividade política da sua candidatura e tê-la, portanto, como interlocutora, eu vindo a ser prefeita de Juiz de Fora”, explicou à CBN.
A candidata voltou a reafirmar o compromisso de ter um secretariado paritário, mas sem antecipar nomes. “Nós podemos fazer um secretariado paritário de gênero, com uma participação importante de negros e negras de Juiz de Fora”, disse. “Os melhores quadros possíveis. Vocês sabem que sou botafoguense e se lembram como o João Saldanha fez para ganhar o tricampeonato escalando um time de feras. Para trabalhar comigo, tem que ser fera. E assim vão ser todas essas pessoas”, prometeu.
Da Redação