Maria do Rosário: “Não calarão as mulheres que foram eleitas legitimamente”

A deputada criticou o esquema de uso de candidatas laranjas pelos partidos e exigiu que explicações sejam dadas à população

Erick S.

Bancada feminina da Câmara dos Deputados

A deputada federal Maria do Rosário, em discurso durante plenária da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (20), criticou duramente a operação criminosa do partido de Bolsonaro que usou candidatas laranjas nas eleições de outubro de 2018.

“Não calarão as mulheres que foram eleitas legitimamente, mas expliquem o que os partidos de vocês fizeram com o dinheiro destinado aos 30% que nós conquistamos para trazermos mais mulheres para esse parlamento. Vocês roubaram as mulheres brasileiras, vocês que defendem a violência contra as mulheres, vocês que muitas vezes aplaudem o chefe no palácio do planalto, um condenado por danos morais, por apologia ao estupro, uma figura lamentável, quem é Jair Bolsonaro?”.

O esquema mostrou que as laranjas tiveram pouquíssimos votos, mas receberam grandes valores para suas campanhas. Em Minas Gerais, a verba foi liberada pelo então presidente nacional da sigla, Gustavo Bebianno, para preencher a cota feminina de 30% das candidaturas e de verba eleitoral.

“Há uma presença aqui de bancadas de luta por direitos que hoje denunciam a reforma da previdência que atinge trabalhadores e sobretudo trabalhadoras. Uma bancada que não vai se dobrar e que também denuncia que do lado de lá, nos partidos da base do governo, sobretudo no partido do presidente, há claras denúncias que já indicam comprovações sobre o uso indevido do dinheiro das mulheres brasileiras para eleger homens que encontram-se neste plenário defendendo aquele que foi condenado por danos morais, que foi condenado por apologia ao estupro”, denunciou Rosário.

Rosário exige que o desvio da verba destinada às mulheres, uma conquista para aumentar o número de parlamentares femininas em cargos políticos, seja explicado à sociedade brasileira.

A deputada também deixou claro que a legislatura feminina na Câmara irá lutar contra o governo de Bolsonaro e os retrocessos que ele tenta impor. “Vocês pensam que nos ameaçam? Vocês pensam que as balas que desferem contra os carros e as nossas vidas nos calarão? Aqui nós somos Margarida Alves, nós somos Pagu, nós somos Marielle!”.

“É importante dizer que as deputadas do partido dos trabalhadores receberam recursos do fundo partidário definido para nossas campanhas e nós estamos aqui porque esses recursos foram utilizados nas campanhas devidamente comprovados e aprovados pelos Tribunais Regionais Eleitorais. Fico feliz em ver mulheres negras, mulheres indígenas, mulheres que lutam aqui. Quantas de nós aqui somos hoje a voz de uma Marielle que muitos tentaram calar, mas que não desaparecerá”, finalizou.

Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT

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