Vaza Jato: reprovação a Moro vai a 91% nas redes e Lava Jato cria farsa judicial

Monitoramento feito pela Agência PT mostra que manifestações de apoio à Operação caíram de 58% para 9%; avaliação negativa do Moro é ainda pior: saltou de 20% para 91%

Lula Marques

Sérgio Moro

A Lava Jato levou no domingo (8) o seu mais duro golpe desde o início da série de denúncias reveladas pelo The Intercept, primeiro site a escancarar, com o uso de provas materiais, os métodos inescrupulosos de Sergio Moro e agentes da operação. A mais recente reportagem, publicada em parceria com a Folha de S. Paulo, mostra que o ex-juiz escondeu a totalidade das conversas das escutas ilegais para tentar incriminar Lula.

No dia seguinte, sem qualquer pudor ou justificativa plausível, o braço da operação em São Paulo decidiu reagir à falta de credibilidade crescente para inventar mais uma mentira contra o ex-presidente, acertadamente chamada de nova “farsa judicial” pelo Partido dos Trabalhadores por meio de nota oficial.

“O flagrante abuso de autoridade, a agressão ao estado de direito e a repetida denunciação caluniosa constituem crimes continuados por parte dessa organização politica que há muito deveria estar respondendo aos órgãos de controle interno do Ministério Público e à própria Justiça”, diz trecho do documento assinado pela presidenta do partido, Gleisi Hoffmann.

Com o viés político da força-tarefa mais do que sabido, agora é a opinião pública que reage aos crimes e abusos cometidos pela Operação.  Segundo levantamento feito pela Agência PT, conforme você verá no vídeo a seguir, o apoio à Operação caiu de 59% para 9% entre o dia 1º e 8 de setembro. No mesmo período, a avaliação negativa do juiz/ministro Sergio Moro atingiu níveis impressionantes: saltou de 20% para quase 91%.

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Os dados acima apenas comprovam uma tendência que se confirmava desde que o The Intecept publicou a primeira reportagem da série há exatos três meses. Em julho, pesquisa Datafolha mostrou que a maioria (58%) dos brasileiros já reprovava a conduta de Moro em conluio com procuradores da Lava-Jato. Também foram 58% os que disseram acreditar que, caso comprovadas irregularidades, eventuais decisões de Moro na Lava Jato deveriam ser revistas.

Relembre os principais crimes e abusos da Lava Jato

Antes da grave denúncia de que Moro escondeu parte das gravações ilegais (por si só suficientes para tornar o ex-juiz réu) para incriminar Lula, muitos outros crimes já haviam sido revelados, tanto pela defesa do ex-presidente Lula quanto por publicações como The Intercept e Folha de S. Paulo. A seguir, confira 11 delas:

1 – Moro sugeriu a troca de ordem das fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e testemunhas aos procuradores, além de antecipar decisões.

2 – Após Lula prestar depoimento na 13ª Vara Federal, Sérgio Moro sugeriu ao MPF a publicação de uma nota “esclarecendo as contradições do depoimento [de Lula] com o resto das provas ou com o depoimento anterior dele”, porque a defesa já teria feito o “showzinho dela”.

3 – Dallagnol acerta reunião com Moro para, junto à Polícia Federal, definir planejamento da força-tarefa. Mais uma vez, é comprovado que Moro era o chefe da Operação Lava Jato e atuava ao lado da parte de acusação dos processos que sentenciou.

4 – Dallagnol revelou no diálogo com Moro que eles poderiam “contar” com o ministro Luiz Fux do STF, ao passo que o ex-juiz celebrou “In Fux We Trust” (em Fux, nós confiamos).  Em 13 de julho de 2015, o procurador comemorou o encontro com outro ministro do Supremo:  Edson Fachin.  As conversas aprofundam ainda mais a crise institucional do país e jogam o STF no centro do debate.

5 – Dallagnol mostrava-se inseguro quanto às acusações contra Lula horas antes da denúncia no caso do tríplex. A própria acusação tinha noção que não havia e não há nenhuma prova contra Lula.

6 – Lava Jato fingiu investigar Fernando Henrique Cardoso (PSDB) apenas para criar percepção pública de ‘imparcialidade’, mas Moro repreendeu: ‘Melindra alguém cujo apoio é importante’. Muito longe da imparcialidade, parte do Judiciário brasileiro foi usado para proteger “parceiros” e criminalizar adversários.

7 – Moro mentiu a Teori Zavascki para manter os casos da Lava-Jato em seu poder, em Curitiba.  Ele orientou a PF a esconder um documento que atrapalharia suas pretensões de ter o controle sobre a Operação Lava Jato.

8 – Moro agiu para evitar que o ex-deputado Eduardo Cunha fizesse um acordo de colaboração premiada. Além disso, o ex-juiz interferiu diretamente na negociação de outros acordos de delação.

9 – Dallagnol pede para que os colegas acelerem ações contra o hoje senador Jaques Wagner (PT-BA) para tentar incriminar o petista, poucos dias antes da realização do segundo turno da disputa presidencial entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro (PSL).

10  Deltan Dallagnol montou um plano de negócios que envolvia eventos e palestras para poder lucrar financeiramente com a fama obtida por meio da operação Lava Jato.

11 – Dallagnol sugere a Moro usar R$ 38 mil de dinheiro público para produzir vídeo a favor da Laja Jato. Moro concordou. Isso configurar crime de Peculato, previsto no artigo 312 do Código Penal, com pena de até 12 anos de prisão.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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