Militância vê na luta por Lula livre a força para enfrentar retrocessos

Um dia após nova condenação sem provas, povo sai às ruas de São Paulo em solidariedade ao ex-presidente e pela manutenção dos direitos do trabalhadores

Ricardo Stuckert

Ato pro Lula Livre em São Paulo

A nova condenação sem provas de Lula, cuja sentença repete os erros jurídicos que o levou à prisão política, teve como reação imediata mais um ato em defesa da liberdade do ex-presidente com centenas de pessoas nas ruas de São Paulo na tarde desta quinta (7). Com a presença de lideranças de partidos progressistas e de movimentos sociais, a iniciativa reiterou também a importância em manter a luta contra a perseguição política ao maior líder popular da história do Brasil aliada ao enfrentamento e à resistência contra a agenda de retrocessos do novo governo.

O ato também serviu como espécie de prévia para a jornada de lutas que acontece entre os dias 7 e de 10 abril, data que marca um ano do cárcere político imposto a Lula com o propósito de o tirar da disputa das últimas eleições presidenciais (da qual venceria) e enfraquecer a agenda da esquerda – que atende aos anseios do povo em detrimento aos interesses do mercado.

Presente no ato, o candidato do PT no último pleito ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad deixou claro que a Luta por Lula é também a luta pelo restabelecimento da democracia no país.  “Não vamos dissociar a luta por Lula livre dos direitos do povo brasileiro”, resume.

Haddad também falou sobre os absurdos apresentados pela Justiça para ampliar a perseguição política contra Lula. “Lula é investigado há 40 anos. Se a justiça tivesse trazido a público uma mala de dinheiro, uma nota, algum ato dele, algo concreto que provasse que ele contrariou o interesse nacional em proveito de alguém, ninguém estaria aqui hoje”

O pedido de justiça visto nas ruas de São Paulo, continua Haddad, se confunde com o clamor do povo brasileiro que não quer outra coisa a não ser justiça.

Quem também falou aos militantes foi o deputado federal José Guimarães (PT-CE), que usou o seu discurso para reforçar a importância da jornada em defesa de Lula em abril. “Nossa tarefa agora é de 7 a 10 de abril promover a jornada por Lula Livre em todas as capitais do país. Só vamos soltar o Lula se tiver povo nas ruas, se tiver militância organizada. Para defender o Lula basta ter compromisso com a democracia e com estado democrático de direito”, ilustra.

Para o também deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) manter a mobilização deve ser a meta primordial da militância, dos partidos progressistas e dos movimentos sociais. “Nós vamos fazer oposição, sim. Vamos fazer uma greve geral contra tudo que esse governo propõe e que vai retirar direitos do povo brasileiro. Temos que levantar a palavra Lula livre e enfrentar esse governo que vamos derrotar, vamos tirar o Lula de lá e botar ele pra liderar e fazer o Brasil a ser nosso de novo”.

Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), antecipa uma das medidas adotadas para ampliar a defesa de Lula. “Estamos hoje nas ruas e queremos dizer que no dia 7 de abril vamos parar o Brasil por Lula Livre. A primeira medida vai ser transferir a nossa sede e de outras entidades para Curitiba. Aqui é resistência, é Lula livre!”, enfatiza.

Até abril, no entanto, muita ação e mobilização deve acontecer, inclusive no campo jurídico. É o que acredita o vereador Eduardo Suplicy,  para quem a condenação de Lula por um sítio que não é dele na quarta (6), a exemplo do que ocorreu no caso triplex, só aumenta a urgência de clamar pela liberdade do ex-presidente. “Tenho convicção que logo, logo, com apoio dos advogados, o presidente Lula, perante os ministros do STF, comprovará que não cometeu qualquer ato de enriquecimento ilícito e obterá sua liberdade para que haja a pacificação do povo brasileiro”.

Candidatura ao Nobel fortalecerá resistência

A secretária Nacional de Relações Internacionais do PT, Mônica Valente, falou aos presentes no ato da importância em consolidar a candidatura de Lula ao próximo Prêmio Nobel da Paz “. Para se ter ideia, em um mês, a campanha pela indicação de Lula ao Nobel da Paz liderada Adolfo Perez Esquivel conseguiu 500 mil assinaturas. Isso mostra que nem Lula nem nós estamos sozinhos na luta por sua liberdade.”

Para Mônica, caso se confirme a indicação, ficará claro aos olhos do mundo o quão forte permanece a imagem de Lula no cenário político nacional e internacional. A campanha Lula Livre não existe só no Brasil, mas no mundo todo. O mundo reconhece no presidente Lula uma liderança que colocou o Brasil e América Latina no protagonismo internacional”, avalia.

As razões que gabaritam Lula ao posto de Nobel da Paz são muitas: além de promover a paz e fazer governo pautado pelo diálogo e por agenda voltada aos direitos do povo brasileiro, Lula deixou legado sem precedentes na história do Brasil ao iniciar a única guerra que deu certo na história recente do país: contra a fome, contra a pobreza, contra a precariedade dos direitos dos trabalhadores.

Da Redação da Agência PT de Notícias

 

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