Ministro da Defesa apoia Bolsonaro no fortalecimento do inimigo
Como demonstrou no sábado (17), em viagem a Goiás, Braga Netto sempre foi conivente com sabotagens ao combate da Covi-19 feitas por Bolsonaro. Para técnicos do TCU, o general deve responder por omissões desde o início da pandemia
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Jair Bolsonaro voltou a protagonizar, no sábado (17), mais uma cena de descaso com a vida dos brasileiros. Em visita a Goianápolis (GO), ele causou aglomeração e, sem máscara, segurou um bebê, um dia depois de a imprensa noticiar que o Brasil é um dos países onde mais morreram crianças por Covid-19 — são mais de 2 mil, das quais 1,3 mil bebês, informou a BBC.
Ao lado de Bolsonaro, integrando a comitiva e chancelando mais essa sabotagem às medidas de proteção contra a Covid-19, dois generais: o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e Walter Souza Braga Netto, que, não restam dúvidas, assumiu recentemente o ministério da Defesa para apoiar o chefe no fortalecimento do inimigo que já matou 373 mil brasileiros.
Braga Netto mostra sintonia com a política genocida de Bolsonaro desde o início da pandemia. Evidência disso é que técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) recomendaram que a Corte abra um processo contra o general por “graves omissões” na pandemia.
Segundo informa o jornal O Estado de S. Paulo, que teve acesso ao documento do TCU, a omissão ocorreu quando Braga Netto era ministro da Casa Civil e tornou-se chefe do Comitê de Crise, tendo como função assessorar Bolsonaro na pandemia e monitorar as ações do governo federal no combate ao coronavírus.
Para os técnicos do tribunal, ao exercer esse papel, o atual ministro da Defesa agiu com “graves omissões”, não contribuindo “da forma que seria esperada para a preservação da vida”. Entre as omissões, estão falhas no monitoramento do consumo de oxigênio, projeções de leitos disponíveis para pacientes do novo coronavírus e diagnósticos sobre a segunda onda da pandemia.
CPI deve convocar generais
Pazuello, portanto, não foi o único general no primeiro escalão do governo a colaborar com a gestão criminosa da pandemia realizada por Bolsonaro. Braga Netto fez o mesmo, com o agravante que continua no cargo de ministro, agora da Defesa. Não por acaso, os nomes de ambos já estão na lista das primeiras pessoas que devem ser convocadas a depor na CPI da Covid, ou CPI do Genocídio, como já vem sendo chamada a Comissão Parlamentar de Inquérito aberta no Senado.
Segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), integrante da CPI, o relatório do TCU torna a convocação de Braga Netto inevitável. “Acompanhamos tudo dos relatórios do TCU, do MPF e denúncias. Vamos atrás de cada uma. O relatório do TCU é muito rico, vai ser uma base importante para os trabalhos”, afirmou.
Abuso de poder, ineficácia e omissão são alguns dos termos utilizados pelo TCU para se referir à atuação do Ministério da Saúde no combate à pandemia. O tribunal aponta que o governo alterou documentos para se eximir da responsabilidade de liderar as ações.https://t.co/3n7sEQ0gVj
— Humberto Costa (@senadorhumberto) April 18, 2021
Da Redação, com informações de BBC e O Estado de S. Paulo