MMulheres e UnB firmam parceria para construção da Casa da Mulher índigena

Com escuta ativa, projeto coloca as mulheres indígenas no centro do processo de desenvolvimento dos equipamentos públicos

Denisa Starbova

Ao todo, seis unidades estão previstas, uma em cada bioma brasileiro: Caatinga, Pampa, Pantanal, Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica

A fim de suprir a falta de infraestrutura adequada para atendimento das necessidades e demandas das mulheres indígenas, o Ministério das Mulheres e a Universidade de Brasília (UnB) firmaram parceria para implementação de Casas da Mulher Indígena (Cami)

Em cerimônia realizada na segunda-feira (9), em Brasília, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e a reitora da universidade, Rozana Reigota Naves, assinaram um Termo de Execução Descentralizada (TED) com o objetivo de elaborar diretrizes arquitetônicas para o novo equipamento, por meio do LAB Mulheres, Arquitetura e Territórios (LAB_M.A.T), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-UnB).

Ao todo, seis unidades estão previstas, uma em cada bioma brasileiro (Caatinga, Pampa, Pantanal, Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica). Serão oferecidos serviços específicos de acolhimento e atendimento às mulheres indígenas em situação de violência, com identidade tradicional e que leve em conta os anseios culturais. 

Os equipamentos públicos muitas vezes não têm suas especificidades contempladas pelas políticas públicas convencionais. Por esta razão, o projeto se concentra em atender às necessidades específicas das indígenas, criando um ambiente seguro e acolhedor que respeite suas particularidades culturais e promova sua autonomia.

“É um grande desafio a construção da Casa da Mulher Indígena, pois o que existe na Casa da Mulher Brasileira não poderá compor na Cami. Portanto, são necessários diálogos com as mulheres indígenas nas oitivas, plenárias, assembleias e nas conferências realizadas em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas, porque a concepção arquitetônica e a política devem ser trabalhadas juntas e coletivamente”, disse a ministra. 

“A assinatura do TED reafirma a contribuição da Universidade de Brasília com os povos indígenas deste país. É assim que trabalhamos, sempre numa escuta ativa das comunidades indígenas e, sobretudo, promovendo que os resultados das pesquisas retornem às comunidades”, complementou a reitora da UnB.

De acordo com o MMulheres, a metodologia do projeto, interdisciplinar e participativa, coloca as mulheres indígenas no centro do processo de desenvolvimento. A escuta ativa das mulheres estará presente em todas as etapas, desde a capacitação técnica em direitos indígenas até a realização do Concurso Público Nacional de Arquitetura para selecionar o melhor projeto arquitetônico para a Casa da Mulher Indígena (CAMI). A escolha em realizar um concurso de arquitetura segue recomendação da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para o desenvolvimento de projetos para obras públicas.  

A parceria com a FAU-UnB também irá resultar a elaboração do Caderno Participativo de Necessidades e Diretrizes, um documento que visa auxiliar na concepção arquitetônica da CAMI, na adaptação do modelo nos diferentes biomas do Brasil e poderá guiar outras edificações sensíveis à natureza.

A iniciativa também prevê a integração de saberes tradicionais e técnicas modernas de arquitetura, criando um novo paradigma para o desenvolvimento de projetos que priorizem as mulheres indígenas. A pesquisa irá explorar soluções bioclimáticas e sustentáveis, utilizando materiais locais e técnicas tradicionais de construção, adaptadas ao bioclima de cada região e às especificidades de diversos povos indígenas.

Da Redação do Elas por Elas, com informações do MMulheres

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