Mônica Valente: “Pauta da integração da América Latina e Caribe volta com força”
Em entrevista ao Jornal PT Brasil, secretária-executiva do Foro de São Paulo falou sobre o XXVI Encontro do Foro de São Paulo, que será aberto na quinta-feira (29), em Brasília
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Começa na próxima quinta-feira (29), em Brasília, o XXVI Encontro do Foro de São Paulo, uma articulação de partidos e movimentos políticos de esquerda de 27 países da América Latina e Caribe. Em entrevista ao Jornal PT Brasil, nesta segunda-feira (26), a secretária-executiva do Foro, Mônica Valente, falou sobre a importância do evento, cujo lema é “Integração regional para avançar a soberania latino-americana e caribenha”.
O encontro vai até 2 de julho, no Hotel San Marco. Será um espaço de intercâmbio e articulação para debater os desafios e os rumos do continente, no momento em que está em curso uma mudança da correlação de forças na região, com vitórias eleitorais da esquerda em 10 países, a exemplo do Brasil, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Colômbia, da Bolívia e do Chile.
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Durante a entrevista, Mônica Valente destacou que o evento vai coincidir com o 33º aniversário do Foro de São Paulo, celebrado em 4 de julho, e lembrou que essa articulação internacional foi criada com o objetivo de buscar modelos alternativos ao então chamado Consenso de Washington – conjunto de princípios do projeto neoliberal, como redução do papel do Estado, privatizações, abertura de todos os mercados e uma globalização sem qualquer regramento. Segundo ela, um modelo “prejudicial aos nossos povos”.
“E conseguimos, ao longo desses anos. Você vê que a integração regional, hoje, da nossa região, da América Latina e Caribe, agora está na ordem do dia. Já esteve na ordem do dia na primeira onda de governos progressistas da nossa região e, agora, volta com bastante força, a partir da eleição do presidente Lula, no Brasil, de Gustavo Petro, na Colômbia, de Alberto Fernández, na Argentina, do [Gabriel] Boric, no Chile, do Luis Arce, na Bolívia, assim como tantos outros”, afirmou Mônica, que é dirigente da Executiva Nacional do PT.
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Ela deu detalhes da programação do evento. “Nós vamos ter uma série de debates muito importantes. O primeiro e mais importante deles é o debate sobre a integração regional. Houve um grande impulso nessa discussão a partir da reunião dos chefes de Estado da América do Sul, promovida recentemente pelo presidente Lula. Lá saiu uma carta chamada Consenso de Brasília, que coloca muitas ideias com as quais nós temos total concordância, que é a integração regional”, afirmou.
“Trabalhar, por exemplo, na integração energética, porque a nossa região é uma região rica em recursos renováveis, em geração de energia, hidrelétrica, gás, eólica, solar. A integração sanitária: a pandemia mostrou que se nós tivéssemos uma integração entre os nossos países durante a pandemia nós não teríamos ficado tão dependentes de empresas estrangeiras no caso de produção de vacinas e de medicamentos”, frisou a dirigente. “A integração educacional, para que nossos jovens possam ter mobilidade acadêmica na região, frequentar toda a rede de universidades que temos aqui na nossa região. Essa é a primeira e mais importante pauta desse encontro”.
Mônica acrescentou que o evento contará também com encontros de mulheres, de jovens e de movimentos sociais. No sábado, segundo ela, haverá um grande debate sobre comunicação e as redes sociais. “Existe um ecossistema de rede virtual de fake news sobre a esquerda latino-americana, sobre o PT e também sobre o Foro de São Paulo. Então nós vamos fazer uma apresentação mostrando o arco narrativo dessa rede da extrema direita de fake news, de notícias falsas”, disse. “Vai ser um momento forte de denúncia, de como a extrema direita se organizou a partir de suas redes sociais para distribuir notícias falsas, promover a intolerância, o ódio nas relações sociais e a negação da política”.
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A secretária-executiva do Foro de São Paulo frisou que a atuação nas redes sociais também é fundamental para o enfrentamento do modelo neoliberal, que, segundo ela, foi adotado pela extrema direita. “Essa projeto passou a ser defendido pela extrema direita. Na verdade, foi o caminho pelo qual o projeto neoliberal encontrou nos países para fazer a disputa política”, disse.
Da Redação