Nilmário: Isolamento de Lula é como pena adicional sem amparo legal

Ex-secretário de Direitos Humanos de Lula visitou a Vigília e condenou veementemente a proibição de visitas, algo que não viu nem nos anos mais duros de regime militar

Eduardo Matisyak/Agência PT

Nilmário participa de ato na Vigília Lula Livre

Nem mesmo nos anos da ditadura os presos políticos eram vítima de tamanha privação de direitos humanos como a proibição de visitas, criticou o ex-secretário de Direitos Humanos do governo Lula, Nilmário Miranda, durante visita nesta sexta-feira (18) à vigília democrática Lula livre em Curitiba, nas imediações do prédio onde o ex-presidente é mantido como preso político desde o último dia 7 de abril.

O amigo e aliado do ex-presidente passou 3 anos e meio na prisão em um dos momentos mais violentos do regime militar, e criticou duramente o isolamento em que Lula é mantido, lembrando que nem mesmo durante o regime de Médici havia tal proibição a visitas.

“Fui preso político no tempo da ditadura. Estive em 73 no Carandiru, e mesmo durante o período de terror sob vigência de Médice, do AI-5, que matou, torturou e até desapareceram pessoas, até assim tínhamos direito a visitas de amigos, advogados e familiares. Acho espantosa essa dificuldade para visitar Lula. É quase uma pena adicional que não tem amparo na legislação”, afirmou Nilmário, contando sobre sua experiência.

Ele conta que apenas os presos em solitária não tinha direito a visitas, o que é o caso de Lula. “Quando o preso estava em situação de tortura, quando passava por interrogatórios, aí sim ele ficava em solitária. Tendo acesso apenas aos carcereiros. Ninguém entende como um regime desses de alta segurança (aplicado a Lula) é aplicado em um caso de um processo frágil e tão controverso”, criticou.

Ao lado do deputado estadual Tadeu Veneri, também presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia do Paraná, Nilmário destacou que tais arbitrariedades e violações não estão passando desapercebidas da opinião pública mundial. “A esfera internacional no momento não pode interferir no caso de Lula até o fim da tramitação do processo. Mas a maioria já tem opinião formada sobre isso. Lideranças e deputados europeus, por exemplo, já se a favor de Lula”.

Nilmário solicitou visita ao ex-presidente e aguarda resposta. Quem o acompanha é Paulo Vannuchi, ex-ministro dos Direitos Humanos de Lula. Paulo Sérgio Pinheiro, ex-ministro de FHC, também está denunciando as violações cometidas contra Lula, mas não pôde estar na Vigília devido a uma viagem internacional.

Da Redação da Agência PT de Notícias, de Curitiba

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