No Grande ABC, Filippi Junior está a um passo de reconquistar Diadema

Candidato petista deve repetir no segundo turno a votação esmagadora do primeiro, quando recebeu 45,65% dos votos, contra 15,42% do adversário. “O povo de Diadema sabe que nas seis gestões em que o PT atuou aqui, mudou a cara da cidade em favor dos que mais precisam”, aponta Filippi

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"Nas seis gestões em que o PT atuou aqui, mudou a cara da cidade em favor dos que mais precisam”, afirma Filippi Júnior

Prefeito por três vezes, o candidato petista deve repetir no segundo turno a votação esmagadora do primeiro, quando recebeu 45,65% dos votos, contra 15,42% do adversário. Ele pretende reativar políticas públicas criadas nas gestões anteriores, legado que impulsionou a votação na primeira cidade governada pelo PT

Um dos dois municípios do Grande ABC onde a eleição a prefeito será decidida neste domingo (29), Diadema caminha para confirmar o amplo favoritismo do petista José de Filippi Júnior, que recebeu 45,65% (92.670) dos votos válidos no primeiro turno, contra 15,42% de Taka Yamauchi (PSD), seu adversário neste segundo turno. Na reta final, a campanha de Filippi recebeu adesão de militantes não apenas do PT, mas também de outras legendas progressistas de todo o Grande ABC.

Foi em Diadema que o PT conquistou sua primeira prefeitura municipal, em 1982, com a eleição do metalúrgico Gilson Menezes. Agora, a estrela do PT pode voltar a brilhar forte na cidade com José Filippi Júnior, que governou o município por três gestões – entre 1993 e 1996, e entre 2001 e 2008. Também foi secretário de Obras por dois mandatos e deputado estadual.

“O povo de Diadema sabe que nas seis gestões em que o PT atuou aqui, mudou a cara da cidade em favor dos que mais precisam”, aponta Filippi. Além do PT, o candidato conta com o apoio de outras quatro legendas: Solidariedade, PL, Avante e Patriota. Patty Ferreira, candidata a vice-prefeita, também é do PT.

Neste momento final da campanha, Filippi se dedicou a angariar resultados entre os indecisos pedindo votos nos bairros, mas com o devido cuidado com o aumento de casos de Covid-19. “Falando com as pessoas nas ruas os pedidos acontecem da mesma forma, uma pessoa fala de Saúde, outra de Segurança, outra de Educação. Então essa é a estratégia”, explicou.

Em sabatina promovida pela Rádio ABC o prefeiturável afirmou que terá uma “verdadeira obsessão” pela busca da geração de novos empregos. ” “Não vamos ficar de braços cruzados vendo as empresas indo embora. Não podemos perder essa condição do ABC de ser uma região industrial. E Diadema tem condição estratégica, com diversas cadeias produtivas, mais de 1.200 indústrias. Vamos dar incentivo para esse conjunto de indústrias, para tirar Diadema dessa situação. Vamos dar apoio ao pequeno empreendedor, com um banco de desenvolvimento municipal”, elencou.

Em debate promovido pela TVT, Rádio e Rede Brasil Atual em parceria com a Uninove, seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) e UOL, Filippi apontou a Saúde como outro dos principais problemas a serem enfrentado em Diadema.

“Fui prefeito três vezes e naquele tempo até a população vizinha vinha ser atendida na nossa cidade. Agora é o contrário”, lamentou, detalhando que pretende começar sua atuação na área pelas Unidades Básicas de Saúde. Além de melhorar o acesso a exames médicos, a hospital dia e dar outro espaço para o hospital municipal, o petista fala em usar a tecnologia a favor da saúde, com prontuários eletrônicos.

A pandemia do novo coronavírus perpassou pelo debate quando o tema foi a volta às aulas. Filippi garantiu que fará a defesa da vida. “A atual gestão fez muito pouco pelos agentes econômicos, comerciantes, transportadores escolares. Nossa equipe de saúde ficou praticamente sem equipamentos de proteção individual, não fez hospital de campanha. Nós vamos ouvir os especialistas. Vamos debater com a comunidade, com as escolas. Mas não podemos brincar com a vida. Vamos seguir especialistas, cientistas, quem entende”, disse, lembrando as dificuldades dos alunos sem acesso à internet. “Com o (programa) Diadema Conectada isso vai mudar. Percebemos a dificuldade e vamos dar apoio aos jovens.”

A parceria com universidades no atendimento à população em parceria com o SUS também foi defendida pelo candidato, para quem a saúde precisa de todos os recursos disponíveis. “Não só recurso financeiro. Temos equipamentos de saúde, como as UBS, relegados. Um espaço importante para a formação de profissionais”, lembrou, relatando que pretende criar uma rede de proteção para fazer com que o SUS volte a funcionar como funcionou. “Quem fechou a UTI pediátrica foi o atual governo que está apoiando meu adversário”, alfinetou.

Sobre o déficit habitacional no município, Filippi falou sobre suas visitas aos núcleos habitacionais em que se ampliou o número de barracos. “Famílias que deveriam ter sido contempladas por investimentos. Esse prefeito atual colheu o que foi plantado há muitos anos, nas nossas gestões. Vamos voltar a buscar parceria com os movimentos de moradia da cidade. Prioridade para recuperar os núcleos habitacionais onde moram milhares de pessoas da nossa cidade.”

Um sinal da retomada da força petista em Diadema foi a votação recebida pelo vereador Orlando Vitoriano (PT): 5.140 votos, a maior da cidade nestas eleições. Na linha de frente da campanha de Filippi, ele afirmou ao ‘Diário Regional” que a volta dele à prefeitura significa o retorno de políticas públicas que marcaram as gestões petistas anteriores.

“Sem dúvida, foram oito longos anos de abandono de Diadema, com grande desmonte de políticas públicas na saúde, educação, moradia, transportes, segurança pública, esportes, entre outras áreas” afirmou Vitoriano. “Mas temos excelentes expectativas para os próximos quatro anos com a volta do Filippi, que significa a volta dessas políticas públicas, a volta do cuidado de nossa cidade e do nosso povo”.

Para o novo mandato, o vereador reeleito afirma que será preciso arregaçar as mangas. “Face aos oito anos de abandono, muitas são as necessidades, mas tenho uma preocupação muito forte com o desemprego e com a fome que começa a assolar nosso povo. Penso que temos que pensar em políticas de segurança alimentar e geração de emprego e renda”, aponta Vitoriano, para quem a vitória no domingo é certa.

Lula acredita na vitória

Diadema, a exemplo de outras grandes cidades que são pólos industriais, passa também por uma grave crise e a taxa de desemprego é um dos problemas a serem enfrentados pela futura administração municipal. Neste segundo turno, uma das propostas de Fillipi para aquecer a economia da cidade é a criação de uma moeda social, iniciativa que já é colocada em prática em várias partes do mundo.

Trata-se de um cartão que tem o mesmo valor do real, mas que vale somente no comércio local. E irá se chamar “Cartão Diadema” e, segundo a campanha do PT, fará com que a riqueza gerada na cidade seja investida nela mesma. O cartão será virtual e vai ser administrado pelo Banco Municipal de Desenvolvimento, de acordo com a proposta de Filippi.

Ainda no primeiro turno, o candidato do PT recebeu elogios rasgados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que reafirma sua fé na força histórica do partido na cidade e nas realizações dos prefeitos da legenda. “Praticamente tudo que tem em Diadema foi feito pelo PT e pelos seus diversos prefeitos. Mesmo quando Gilson saiu do PT, ele foi bom prefeito em Diadema. Filippi tem todas as condições de rearrumar Diadema”, diz.

Lula acredita que a retomada da força do PT na região do ABC, depois das derrotas de 2016, será um importante sinal de resistência política contra o retrocesso e o atraso nos quais o Brasil mergulhou desde a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018.

“Estamos disputando as eleições”, disse Lula, em entrevista ao Diário do Grande ABC. “O PT tem bons candidatos, tem boa experiência administrativa e qualquer cidadão de boa-fé que analisar o que acontece em cada cidade e o que era feito nas prefeituras do PT vai perceber com clareza e facilidade que não existe nenhum partido que governa as cidades cuidando do povo como o PT faz”.

Lula avalia que o PT pode fazer a diferença e ajudar a reverter o processo de desemprego que atinge fortemente a região do ABC. “Entre 1989 e 1999, em dez anos de governos tucanos, tivemos no Grande ABC perda de empregos de 360 mil postos de trabalho”, lembrou.

“Foi exatamente a partir do meu governo que recuperamos praticamente 187 mil novos empregos da indústria do Grande ABC, formais, de carteira assinada, que foram perdidos outra vez. Agora, temos situação delicada de emprego no Grande ABC”, lamenta.

Da Redação

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