PT repudia professor que debochou de vítimas de agressão
Não é aceitável que um professor de Direito ignore e deboche em sala de aula da alarmante estatística de violência doméstica no país
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O Partido dos Trabalhadores apoia e subscreve a nota em repúdio ao professor que debochou de vítimas de agressão. Leia a íntegra abaixo:
“Gosta de apanhar ou não? Levar uns murros na boca de vez em quando? Uma joelhada, não gosta? Quebrar umas costelas, não gosta? Mulher gosta de apanhar. Mulher gosta de levar porrada, não é verdade?”
Parece inacreditável, mas as frases foram ditas por um professor dentro de uma sala de aula. Trata-se de Victor Eduardo Leão.
Um vídeo que está circulando nas redes sociais mostra o momento em que tudo foi dito. O episódio aconteceu em Curitiba, em 2/9/17, quando ele ministrava aula no Curso Luiz Carlos sobre o Estatuto dos Servidores para concorrentes a uma vaga no TRE-PR.
A incitação à violência começou quando o professor decidiu “brincar”. “Mulheres se acha, né? Essa Lei Maria da Penha aí.” E, olhando para uma aluna, prossegue com as perguntas ofensivas.
No site do Curso Luiz Carlos, Vitor Leão é apresentado como professor das Faculdades Guarapuava e analista judiciário na Justiça Federal de Primeiro Grau no Paraná. Também como mestre em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí, especialista em Direito Civil pela Associação de Ensino Novo Ateneu e bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Londrina. Trata-se de alguém que conhece as leis e suas implicações.
Não é aceitável que um professor de Direito ignore e deboche em sala de aula da alarmante estatística de violência doméstica no país. Uma em cada três mulheres sofreu algum tipo de violência só no último ano no Brasil. 503 mulheres são vitimas de agressões físicas a cada hora (Datafolha. Março/2017).
Muitas dessas mulheres poderiam estar ali, ouvindo gargalhadas de suas dores. Imagine os sentimentos provocados pelo professor em quem já foi vítima ou viu a mãe, irmã ou filha ensanguentada pelas mãos do companheiro?
Após alegar que estava brincando, Vitor Leão retoma a incitação à violência. “Vamos falar agora de penalidades. Vai vir a Lei João da Lapa e revogar a Lei Maria da Penha e nós vamos voltar a descer bordoada na mulherada, tá? Porque lá em casa é assim, nesse esquema.”
Nós, mulheres brasileiras, repudiamos a postura do professor Vitor Augusto Leão. Não podemos mais aceitar que a dor e a morte de tantas mulheres ainda sirvam de motivação para piada.
Assinam este manifesto:
– Associação Ciranda das Mulheres
– CAAD – Advogadas e Advogados pela Democracia
– CLADEM – Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher
– Coletivo Arte é Vida
– Coletivo de Jornalistas Feministas Nísia Floresta
– Coletivo Feminista da APP-Sindicato
– Coletivo Voz Materna
– Comissão Regional do Oeste Metropolitano de São Paulo
– CONDSEF – Confederação Servidores Federais
– CUT – Central Única dos Trabalhadores
– Federação de Mulheres do Paraná
– FENAJUD – Federação Nacional dos Servidores Judiciários
– Fórum Popular de Mulheres
– GETRAVI – Grupo de Pesquisa, Trabalho, Gênero e Violência Doméstica e Familiar
– Fórum Nacional de Políticas Públicas para Mulheres – Coletivo Rose Nogueira
– Marcha Mundial das Mulheres – PR
– Mulheres da CUT
– Mulieribus – Núcleo de Estudos das mulheres e Relações de Gênero da UEFS
– NEPEM/UFMG – Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais
– NUPRO – Núcleo de Proteção de Direitos de Mulheres e Infância
– PartidA Nacional
– PartidA Feminista Curitiba
– PartidA Brasília DF
– PartidA Feminista Florianópolis
– PardidA Feminista Jataí
– PartidA Feminista Minas
– PartidA Feminista Palmas
– PartidA Feminista Recife
– PartidA Feminista RS
– PartidA São Paulo SP
– Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos
– Rede Mulheres Negras do Paraná
– Senadora Gleisi Hoffman
– Todas Marias
– UBM – União Brasileira de Mulheres
Veja o vídeo do momento:
NOTA DE REPÚDIOProfessor debocha em sala de aula de mulheres vítimas de agressão“Gosta de apanhar ou não? Levar uns murros na boca de vez em quando? Uma joelhada, não gosta? Quebrar umas costelas, não gosta? Mulher gosta de apanhar. Mulher gosta de levar porrada, não é verdade?”Parece inacreditável, mas as frases foram ditas por um professor dentro de uma sala de aula. Trata-se de Victor Eduardo Leão. Um vídeo que está circulando nas redes sociais mostra o momento em que tudo foi dito.O episódio aconteceu em Curitiba, em 2/9/17, quando ele ministrava aula no Curso Luiz Carlos sobre o Estatuto dos Servidores para concorrentes a uma vaga no TRE-PR.A incitação à violência começou quando o professor decidiu “brincar”.“Mulheres se acha, né? Essa Lei Maria da Penha aí.”E, olhando para uma aluna, prossegue com as perguntas ofensivas.No site do Curso Luiz Carlos, Vitor Leão é apresentado como professor das Faculdades Guarapuava e analista judiciário na Justiça Federal de Primeiro Grau no Paraná. Também como mestre em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí, especialista em Direito Civil pela Associação de Ensino Novo Ateneu e bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Londrina. Trata-se de alguém que conhece as leis e suas implicações. Não é aceitável que um professor de Direito ignore e deboche em sala de aula da alarmante estatística de violência doméstica no país. Uma em cada três mulheres sofreu algum tipo de violência só no último ano no Brasil. 503 mulheres são vitimas de agressões físicas a cada hora (Datafolha. Março/2017).Muitas dessas mulheres poderiam estar ali, ouvindo gargalhadas de suas dores. Imagine os sentimentos provocados pelo professor em quem já foi vítima ou viu a mãe, irmã ou filha ensanguentada pelas mãos do companheiro? Após alegar que estava brincando, Vitor Leão retoma a incitação à violência. “Vamos falar agora de penalidades. Vai vir a Lei João da Lapa e revogar a Lei Maria da Penha e nós vamos voltar a descer bordoada na mulherada, tá? Porque lá em casa é assim, nesse esquema.”Nós, mulheres brasileiras, repudiamos a postura do professor Vitor Augusto Leão. Não podemos mais aceitar que a dor e a morte de tantas mulheres ainda sirvam de motivação para piada.Assinam este manifesto:- Associação Ciranda das Mulheres- CAAD – Advogadas e Advogados pela Democracia- CLADEM – Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher- Coletivo Arte é Vida- Coletivo de Jornalistas Feministas Nísia Floresta – Coletivo Feminista da APP-Sindicato – Coletivo Voz Materna- Comissão Regional do Oeste Metropolitano de São Paulo- CONDSEF – Confederação Servidores Federais- CUT – Central Única dos Trabalhadores- Federação de Mulheres do Paraná- FENAJUD – Federação Nacional dos Servidores Judiciários- Fórum Popular de Mulheres- GETRAVI – Grupo de Pesquisa, Trabalho, Gênero e Violência Doméstica e Familiar- Fórum Nacional de Políticas Públicas para Mulheres – Coletivo Rose Nogueira- Marcha Mundial das Mulheres – PR- Mulheres da CUT- Mulieribus – Núcleo de Estudos das mulheres e Relações de Gênero da UEFS- NEPEM/UFMG – Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais- NUPRO – Núcleo de Proteção de Direitos de Mulheres e Infância- PartidA Nacional – PartidA Feminista Curitiba- PartidA Brasília DF- PartidA Feminista Florianópolis- PardidA Feminista Jataí – PartidA Feminista Minas- PartidA Feminista Palmas- PartidA Feminista Recife – PartidA Feminista RS- PartidA São Paulo SP- Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos- Rede Mulheres Negras do Paraná- Senadora Gleisi Hoffman- Todas Marias- UBM – União Brasileira de Mulheres
Publicado por PartidA Curitiba PR em Sábado, 23 de setembro de 2017
Da Redação da Agência PT de Notícias