Oposição reage a neoliberalismo de Bolsonaro e propõe medidas para tirar Brasil da crise

PT e demais partidos de Oposição enviam documento ao presidente da Câmara com uma série de propostas para o Brasil enfrentar a grave crise econômica

Lula Marques

Os partidos da Oposição na Câmara, juntamente com os líderes da Minoria, José Guimarães (PT-CE), e da Oposição, André Figueiredo (PDT-CE), encaminharam hoje (11) ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um documento com um rol de medidas anticíclicas para o Brasil enfrentar a grave crise econômica. No documento, a Oposição contrapõe-se à agenda neoliberal do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, e alerta: “não é com mais cortes nos orçamentos e com mais reformas fragilizadoras do Estado que vamos sair da crise”.

Conforme o documento, aprofundar os cortes e as medidas que o governo pretende implementar “é o caminho dos querem se aproveitar do pânico dos mercados para aumentar a dose de uma receita que já provou ser nociva para o País”.

“A política de cortar brutalmente os investimentos públicos, aplicada de maneira cega nos anos recentes e aprofundada pelo atual governo, teve efeitos perversos para a saúde da população, a educação, a proteção ao meio ambiente e as políticas de proteção social e transferência de renda”, afirma trecho do documento.

Geração de empregos

 

Conforme lembrou José Guimarães, os partidos de oposição entendem que o papel do Congresso é reagir à crise aprovando projetos capazes de estimular o crescimento econômico, com geração de emprego e renda, proteção social e tranquilidade ao povo brasileiro. ”O Congresso tem responsabilidade para tirar o Brasil da situação atual, fruto de um modelo errado que é o de Paulo Guedes e Bolsonaro, o qual se agrava agora com a pandemia de coronavírus e a crise do petróleo”, afirmou o parlamentar.

O líder do PT, Enio Verri (PR)sublinhou que a oposição mostra, com os projetos anticíclicos, que “tem compromisso com o País, ao contrário de Bolsonaro, que num momento tão grave insiste com medidas que só vão aprofundar a crise econômica e social”. As medidas propostas, segundo ele, garantem geração de empregos e renda e, adicionalmente, mais receita, com recursos a serem injetados no Sistema Único de Saúde, atualmente em situação calamitosa por falta de recursos em decorrência da Emenda Constitucional 95, que estabelece limites de gastos públicos.

“Em vários países governos responsáveis estão mexendo no Orçamento para angariar recursos para combater a crise, agora agravada pelo coronavírus e a turbulência no mercado de petróleo, mas aqui nada se faz, e não é surpreendente ver que Bolsonaro não faz nada”, cutucou o líder do PT.

Investimento produtivos

 

A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffman (PR), enfatizou que o Brasil não precisa de medidas recessivas e lesivas ao povo brasileiro, como querem Bolsonaro e Guedes. “Precisamos é de investimentos produtivos, mais empregos, produção e renda. Já temos uma economia enfraquecida e o governo quer drenar ainda mais recursos, agravando a crise”, disse ela. Gleisi frisou que todo o conjunto de medidas econômicas mandadas pelo governo ao Congresso- e aprovadas, como a reforma da Previdência e retiradas de direitos do povo- só levaram a um crescimento pífio da economia.

Ela lembrou que o PT tem um plano emergencial de geração de empregos e renda. As diretrizes do programa apontam para a geração de mais de 7 milhões de empregos em curto prazo, com a retomada de investimentos públicos, inclusive em mais de 8 mil obras públicas paralisadas em todo o País.

Assinam o documento, além de José Guimarães e André Figueiredo, o líder do PT Enio Verri, do PSB, Alessandro Molon (RJ), do PDT, Wolney Queiroz (PE), do PSOL, Fernanda Melchionna (RS), do PCdoB, Perpétua Almeida (AC) e da Rede, Joenia Wapichana (RR).

Leia a íntegra do manifesto da oposição:

Nota da Oposição – Crise

Por PT na Câmara

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