Para deleite dos rentistas, BC de Campos Neto ameaça interromper queda dos juros

”É muita irresponsabilidade com o país”, critica a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, para quem o bolsonarista infla uma crise que não existe para sabotar a retomada do desenvolvimento

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O Copom de Campos Neto consegue ser mais especulativo do que os tais agentes do mercad", afirma Gleisi

Os especuladores do rentismo receberam uma ótima notícia com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, presidido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto. O documento sinaliza que o tímido processo de redução da taxa básica de juros (Selic), iniciado em agosto com atraso de um ano, pode ser interrompido em 2024, o que manteria o índice nas alturas, para deleite dos parasitas do mercado.

O Copom faz essa sinalização mesmo em meio a um cenário de quedas sucessivas da inflação, de crescimento econômico, de redução do desemprego, de recordes na balança comercial, de aumento dos índices de confiança na economia e de outros fatores que não justificam a medida.

Na ameaça de manter os juros nas alturas, o órgão do Banco Central alega incertezas na área fiscal, compactuando com uma falsa crise forjada pela oposição e pela mídia corporativa – históricas representantes dos interesses da elite financeira – a partir de discussões do governo sobre o assunto.

“O Copom de Campos Neto consegue ser mais especulativo do que os tais agentes do mercado. Enquanto a bolsa avança e o dólar cai, uma semana depois de toda a falsa crise que forjaram com a fala do presidente Lula, a ata do Copom ameaça interromper em 2024 a queda dos juros (que começou com atraso de quase 1 ano)”, criticou a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), nas redes sociais.

A parlamentar acrescentou que “é muita irresponsabilidade com o país” e que “Campos Neto está usando seus últimos meses de mandato para inflar uma crise que não existe, prejudicando o projeto de retomada do desenvolvimento que venceu as eleições de 2022”.

Campeão dos juros

Graças ao bolsonarista que preside o Banco Central, o Brasil voltou a ter os maiores juros reais do mundo em novembro, com 6,9% ao ano, segundo a consultoria MoneYou. A projeção é “ex-ante”, quando os juros anualizados são estimados com base nas projeções da Selic e na inflação estimada para os próximos 12 meses.

O patamar elevado se dá depois de o Copom promover, há uma semana, mais um tímido corte de 0,5 ponto percentual da Selic, que passou a 12,25% ao ano.

Segundo o levantamento da consultoria, o Brasil passou o México, que aparece em 2º colocado, com 6,89%. A Colômbia atingiu 5,48% e ocupa a 3ª posição. Entre as potências econômicas, Rússia (3,69%) e os Estados Unidos (1,62%) surgem em 7º e 13º lugares, respectivamente.

Diferentemente dos especuladores que vivem de lucros e nenhum benefício trazem para o país, o setor produtivo tem enfrentado uma série de dificuldades causadas pela política monetária de Campos Neto.

Após a última reunião do Copom, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou insuficiente a redução de 0,5 ponto percentual na Selic. “A queda da Selic não é suficiente para impedir custos adicionais e desnecessários em termos de atividade econômica. Tenho a plena convicção de que a queda de juros não está na velocidade de que nós precisamos”, afirmou o presidente da entidade, Ricardo Alban, acrescentando que, “na verdade, estamos em uma armadilha”.

Da Redação

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