Para fugir de CPI, Bolsonaros até defendem isolamento social
De maneira inacreditável, dado o desprezo às medidas de prevenção à Covid-19 demonstrado pela família, Flávio Bolsonaro diz que CPI não deveria ser realizada por exigir sessões presenciais
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Filho de Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-SP) protagonizou o momento mais patético da sessão de instalação da CPI da Covid, nesta terça-feira (27), em mais um sinal do medo que o governo sente da investigação sobre os desmandos feitos na pandemia.
Aparentemente sem ter o que argumentar contra a realização da Comissão Parlamentar de Inquérito, Flávio resolveu apelar para um argumento cotidianamente desprezado por seu pai: o da importância do distanciamento social. Assim, disse que a instalação era “irresponsável”, porque colocaria senadores e servidores em risco, uma vez que, “em algum momento, as audiências, as sessões, vão ter de ser presenciais”.
A hipocrisia de Flávio foi imediatamente desmascarada. Minutos depois, foi parabenizado por estar de máscara, diferentemente do que fez o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, ao circular sem a proteção no rosto por shopping de Manaus, no fim de semana. E mais: depois da sessão, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), ressaltou que foi a primeira vez que viu Flávio defender o distanciamento social (veja vídeo abaixo).
Além de demonstrar a forma cínica como os Bolsonaros lidam com a vida dos brasileiros, colocando os próprios interesses sempre à frente, Flávio acabou por admitir que seu pai, Jair Bolsonaro, coloca em risco a vida de outros, pois não se cansa de promover aglomerações sem necessidade alguma, a não ser a de sabotar o combate à pandemia.
O governo federal tem consciência dessa sabotagem. Tanto que ao listar as ações criminosas praticadas durante a pandemia, em uma verdadeira confissão, a Casa Civil apontou, como os itens 2 e 3: “O Governo minimizou a gravidade da pandemia (negacionismo)” e “O Governo não incentivou a adoção de medidas restritivas”.
Da Redação