Parlamentares criticam defensores de fake news sobre entrevista

“O Brasil deve ficar chocado com o que alguns parlamentares falam aqui neste plenário, acusando a senadora só porque ela expôs a verdade para mundo”

Edilson Rodrigues/Agência Senado

Indignado, o líder da Oposição na Câmara, deputado José Lula Guimarães (PT-CE), usou a tribuna da Câmara nesta quarta-feira (18) para rebater parlamentares que caíram no fake news da direita sobre a entrevista concedida pela presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Lula Hoffmann (PR), à Al Jazeera, sobre a prisão ilegal do ex-presidente Lula.

“O Brasil deve ficar chocado com o que alguns parlamentares falam aqui neste plenário, acusando a senadora só porque ela expôs a verdade para mundo. O presidente Lula é preso político sim, condenado por juízes parciais”, afirmou.

José Guimarães avaliou que o alvoroço da direita em torno da entrevista da presidenta do PT é porque TV Al Jazeera é uma das maiores do mundo e a principal do mundo árabe. “A entrevista teve um impacto monumental no mundo árabe, nos Estados Unidos, na Europa. Esse é o desespero deles, porque, no mundo inteiro, ao tratar o Lula como preso político, dá-se um tapa na cara daqueles que entendem que democracia não vale nada, que as regras democráticas não valem nada, porque estão ou foram acostumados a governar com as armas da Ditadura Militar”, afirmou.

O líder da Oposição considera ainda que os parlamentares que criticam a entrevista para à TV Al Jazeera é por preconceito, xenofobia ou por desinformação. “Que vergonha, que preconceito, criticarem a presidenta Gleisi por causa de uma entrevista para o mundo árabe. Esse tipo de discurso, esse tipo de posição aqui dentro, os democratas, os que defendem o internacionalismo não podem aceitar”, protestou acrescentando que a senadora Gleisi tem a sua solidariedade.

O deputado Ságuas Moraes (PT-MT) também se solidarizou com a presidenta do PT e reforçou para os desavisados que a TV Al Jazeera é uma TV mundial, transmitida em árabe e em inglês, tem sede em Doha, no Catar, tem estúdio em Washington, em Londres e em Kuala Lumpur, na Malásia. “Assim como a BBC de Londres, o The New York Times, o The Washington Post, a TV Al Jazeera também entrevistou a presidenta Gleisi Hoffmann. E nós vamos continuar falando ao mundo inteiro sobre a injustiça contra o presidente Lula,” avisou.

O deputado Pedro Lula Uczai (PT-SC) lamentou que os deputados que sobem à tribuna, preocupados e surpresos com a denúncia que a senadora Gleisi Hoffmann faz no mundo inteiro, não têm preocupação com o Estado de exceção que se está implantando no País desde o golpe parlamentar. “Surpreende-me esses deputados, que comungam e se mancomunam com a corrupção de Michel Temer, virem aqui questionar uma senadora que está denunciando para o mundo o Estado de exceção, o rompimento da democracia e o rompimento do Estado Democrático de Direito no Brasil”.

A deputada Benedita Lula da Silva (PT-RJ) destacou que no mundo só se fala de uma coisa: “a prisão injusta de Lula, o indicado ao Prêmio Nobel da Paz”. Ela lembrou ainda que nós, brasileiros, já defendemos várias outras pessoas que, injustamente, estavam presas na Palestina e isso nunca foi um processo antidemocrático. “É antidemocrático, sim, censurar uma senadora, que é presidenta nacional de um partido, e que é senadora da República, e que é responsável pelo que diz, pelo que fala. Esse processo é um processo golpista de perseguição. E, agora, querem até definir o que e com quem nós devemos falar”.

O deputado Pepe Lula Vargas (PT-RS), ao se solidarizar com a presidenta Gleisi Hoffmann, destacou que o Brasil é um País que tem uma comunidade árabe, sírio-libanesa, enorme em todos os estados brasileiros. “Então, esses discursos que tentam estabelecer que qualquer pessoa que dialoga com a comunidade árabe, sírio-libanesa, do nosso País ou de fora do nosso País seja alguém que assine embaixo de situações terroristas, como a do Estado Islâmico são verdadeiros absurdos”, frisou.

Por PT na Câmara

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