Pela Previdência, Temer admite acabar com intervenção no Rio
Golpista articula recolocar em pauta projeto de reforma recusado pelo povo. Operação, chamada de “extraordinária” por ele, impede votação de emendas
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Com a desfaçatez de quem tem a pior aprovação popular da história da democracia brasileira, o golpista Michel Temer tem sido eficiente ao menos num ponto desde que usurpou a Presidência da República em 2016: a cada nova declaração pública fica evidente a sua habilidade em contrariar a si mesmo.
O novo recuo aconteceu nesta quarta-feira (25), quando admitiu que pretende suspender a intervenção federal no Rio de Janeiro, que impede votação de emendas constitucionais, para poder recolocar a reforma da Previdência em pauta.
Não é preciso ter memória irretocável para lembrar o que disse Temer em 16 de fevereiro ao assinar o decreto que prometeu – mas não cumpriu – acabar com a violência carioca. “O governo dará respostas duras, firmes e adotará todas as providências necessárias para derrotar o crime organizado e as quadrilhas”.
Agora, com a tranquilidade de quem não dá a mínima para o povo brasileiro, o emedebista voltou atrás. “De repente [o governo] pode suspender a intervenção”, declarou em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
As contradições não param por aí. Mesmo do bastante noticiado fracasso da operação no Rio, Temer insiste em dizer que “o combate ao crime deu resultado”. No entanto, de acordo o Instituto de Segurança Pública (ISP), que consolida dados da segurança no estado, o número de mortes provocadas pela polícia aumentou 38% nos primeiros cinco meses chegada do Exército.
Foram 636 mortos pela polícia entre março e julho deste ano. No mesmo período de 2017, 460 pessoas morreram em decorrência da intervenção policial. Somente no mês de julho, foram 129 mortos, uma média de quatro por dia.
Contra a Previdência. Outra vez.
Após o constrangedor discurso na tribuna da Assembleia da ONU, Temer se encontrou, em Nova York, com cerca de 100 empresários norte-americanos (aos quais têm trabalhado arduamente) para dizer que haverá reforma da Previdência, independentemente de quem venha a ser escolhido como novo presidente da República.
Derrubada após intensa pressão popular, a reforma de Temer é levar para os plenários da Câmara dos Deputados e do Senado o projeto aprovado em comissão especial da Câmara desde o primeiro semestre do ano passado. A intenção do golpista é levar para os plenários da Câmara dos Deputados e do Senado o projeto aprovado em comissão especial da Câmara desde o primeiro semestre do ano passado. O mesmo que foi rejeitado por milhões de brasileiros e brasileiras no início de 2018.
Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias