Pesquisa IPEA aponta desmonte de políticas públicas às mulheres no Governo Bolsonaro
Estudo comprova que a rejeição das mulheres ao governo tem razões concretas: desde o ano de 2019, o governo Bolsonaro vem desmontando as políticas de melhoria da vida das brasileiras
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O atual governo neofacista e ultraconservador vem impactando a vida das mulheres brasileiras. Uma pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) comprovou que, desde o ano de 2019, acentuou mais os desmontes das políticas públicas por meio de cortes de investimentos às mulheres no governo Bolsonaro.
O estudo ainda destacou sobre o projeto de enfraquecimento de programas para as mulheres, sobretudo voltadas às bandeiras feministas, na qual o discurso do governo é voltado à “moralidade religiosa, centralidade da família tradicional nuclear e heteronormativa.
Outra pesquisa que evidencia os retrocessos de direitos às mulheres brasileiras é o estudo realizado pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA 2022) do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). Ele apontou que o corte de verbas deste ano foi de 33%, ou seja, pouco investimento nos últimos anos, mesmo com orçamento disponível.
Um dos programas que sofreu esse impacto foram os de combate a quaisquer tipos de violências contra a mulher, pois, segundo o Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos destinou, em 2022, o menor recurso dos últimos quatro anos.
Tanto que a pesquisa Ipea confirmou que dos recursos direcionados ao serviço de utilidade pública de enfrentamento à violência contra a mulher- Ligue 180, em 2020, só foram 25% do orçamento executado.
Para a secretária nacional de Mulheres do Partido dos Trabalhadores, Anne Moura, é notório que as mulheres são as primeiras que vivem essas consequências de retrocessos dos direitos sociais que haviam conquistados nos governos populares e democráticos.
“Esse governo só mostrou diversas vezes que não prioriza as políticas específicas das mulheres”, conta Anne Moura.
2020-2021
Em novembro deste ano, 2021, apenas 56,6% dos recursos disponíveis para as mulheres foram efetivamente gastos, segundo o estudo realizado pelo Gênero e Número em parceria com a ActionAid.
Já no ano de 2020, conforme o Ministério Público Federal (MPF), foram gastos apenas 44% do orçamento previsto, por causa da baixa execução da pasta, impactou projetos e programas do governo, como o de proteção a mulheres e combate à violência de gênero.
Isso só evidenciou que com a pandemia de coronavírus, a gestão ineficiente dos recursos públicos no Brasil, em especial para mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBTs, quilombolas, crianças e adolescentes.
Dandara Maria Barbosa, Agência Todas