PF investiga doação à campanha de Tarcísio, em 2022, por possível ligação com o PCC

Maribel Schmittz, a sexta maior doadora da campanha eleitoral de Tarcísio de Freitas, está na mira da polícia por suspeita de ligação com o crime organizado

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Polícia investiga relações de Tarcísio com suspeita de ligação com o PCC

Uma das principais doadoras a campanha eleitoral do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em 2022, a pecuarista Maribel Schmittz Golin está sob investigação da Polícia Federal, sob suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao crime organizado (PCC), segundo revelou reportagem do jornal Folha de S. Paulo, nesta quarta-feira (30).

Maribel é a sexta maior doadora da campanha eleitoral de Tarcísio de Freitas e não fez doação a nenhum outro candidato em 2022. Foram doados R$ 100 mil em agosto e outros R$ 400 mil em outubro, no segundo turno das eleições, como consta nos dados declarados à Justiça Eleitoral.

Ela é citada também em pelo menos outras quatro operações financeiras com Willian Barile Agati, apontado como membro da facção criminosa e alvo da Operação Mafiusi. Ele foi preso em janeiro passado e denunciado à Justiça Federal do Paraná por tráfico de drogas, associação com o tráfico, obstrução da Justiça e organização criminosa.

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Maurício Pozzobon Martins, cunhado do governador eleito, foi o responsável pelas finanças da campanha de Tarcísio, em 2022. Eleito em janeiro de 2023, ele tentou “emplacar” o parente no Palácio dos Bandeirantes, mas foi forçado a recuar em razão da forte repercussão negativa, com o nepotismo explícito. Atualmente, Pozzobon está no gabinete do deputado estadual Danilo Campetti (Republicanos), mais um bolsonarista aliado do governo paulista.

Descobertas das Investigações

De acordo com as investigações da PF, a pecuarista teria envolvimento com o envio de cocaína do PCC pelo Porto de Paranaguá (PR) para a Europa, em parceria com a facção “Ndrangheta”, máfia italiana originária da Calábria. O relatório policial cita Maribel oficialmente na lista de investigados. Os policiais descobriram também que ela é dona quatro empresas que faturaram mais de R$ 1,4 bilhão em menos de dois anos, e todas sem nenhum funcionário registrado

Os dados apurados chamaram a atenção da PF, que investiga possível ligação da doadora da campanha de Tarcísio com lavagem de dinheiro do PCC. Uma das suspeitas é a movimentação de R$ 1,4 bilhão, mesmo montante do faturamento registrado entre 2020 e 2022, em nome do esquema do tráfico internacional de drogas.

Parte do relatório da PF conclui que “a fim de não se estender sobre as comunicações do RIF (Relatório de Inteligência Financeira) é crucial enfatizar que Maribel Schmittz mantém relação próxima com Willian Barile Agati”, que é um dos alvos da denúncia do Ministério Público Federal (MPF) por envolvimento no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Em nota, o Palácio dos Bandeirantes afirma que “a campanha de Tarcísio de Freitas não possui qualquer vínculo com a doadora citada”. Mas, é oportuno lembrar a conduta do governador que, em 2024, acusou, sem provas, o candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos, de envolvimento com o crime organizado. Agora, ele é que tem a obrigação de se explicar.

Da Redação

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