Previdência: capitalização falhou em 60% dos países que adotaram sistema

Proposta de privatizar aposentadoria prevista na reforma de Bolsonaro aumentou desigualdade em várias partes do mundo; países da AL repensam seus modelos

Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, debate a reforma da Previdência (PEC 6/19).

Enquanto o governo ainda insiste em levar adiante a desastrosa reforma da Previdência que pode acabar com a aposentadoria e aumentar a pobreza do país, propostas similares à apresentada por Jair Bolsonaro começam a ser revistas mundo afora. Alguns dos pontos previstos na PEC 06, como a capitalização, deram errado em 60% dos países que adotaram o sistema.

O desastre que é privatizar a responsabilidade pela seguridade social do trabalhador foi revelado por estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2018 – portanto, antes do início do atual desgoverno que desdenha dos fatos e esconde a verdade do povo brasileiro.  Segundo o levantamento, divulgado nesta terça (28) no UOL, o sistema de capitalização falhou em 18 dos 30 países que o adotaram – todos eles reverteram a medida e tiraram das mãos dos bancos a aposentadoria de suas populações.

“Entre 1981 e 2014, 30 países modificaram seu sistema –seja completamente ou uma parte dele – para adotá-la, segundo o estudo. Até o ano passado, 18 desses países já haviam feito uma nova reforma, revertendo ao menos em parte as mudanças”, diz trecho da reportagem.

O estudo também aponta que, ao contrário do que diz o governo, a capitalização só agravou os impactos sociais e econômicos, além de ter não ter resolvido a tão cobiçada estabilidade fiscal. Outra consequência apontada pelo documento é  o aumento da desigualdade de renda.

O sistema de capitalização falhou em 18 dos 30 países que o adotaram

Os 18 países que tentaram a capitalização e voltaram atrás foram: Argentina, Equador, Bolívia, Venezuela, Nicarágua, Bulgária, Cazaquistão, Croácia, Eslováquia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Macedônia, Polônia, República Tcheca, Romênia e Rússia.

Na América Latina, países Chile (considerado a referência para o modelo defendido pelo ministro Paulo Guedes, Colômbia, México e Peru têm revisado seus sistemas de Previdência nos últimos anos e, em alguns casos, proposto mudanças na legislação.

Isso porque em todos eles ou o valor dos benefícios recebidos pelos aposentados era muito baixo ou o alcance do sistema se revelou muito restrito, o que deixaria um percentual significativo da população sem aposentadoria no futuro. No caso do Chile, a Previdência agravou drasticamente a miséria e aumentou inclusive o número de suicídios no país.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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