Projeções no Palácio do Planalto apontam o “comando” dos crimes
Rede organizada pela internet articula ativistas gráficos e visuais no Brasil e no mundo em torno de uma nova mídia que une a comunicação direta com as ruas e a repercussão na internet
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A denúncia política, a convocação para mobilização ainda dependem, e muito, das históricas práticas de propaganda, em especial do corpo a corpo com o povo nas periferias, nas concentrações urbanas e nos locais de trabalho. Mas as novas tecnologias têm cumprido um papel importante para ampliar o alcance da comunicação por meio das redes sociais. Mais recentemente, as projeções em grandes prédios das grandes cidades assumiram um protagonismo que merece atenção e uso.
Nas manifestações deste sábado, 19, a projeção no Palácio do Planalto, em Brasília, onde operaram a política que resultou na morte de 500 mil brasileiros, por exemplo, cumpriu o papel de identificar a sede do comando dos crimes. Já espalhadas nas grandes cidades, várias projeções também convocaram as manifestações e, no sábado, chamaram a atenção para a tragédia que se abate sobre o país. São exemplos a projeção no Tower of London, em Londres, e a iniciativa da Folha de S. Paulo, em São Paulo.
A moderna forma de “pixação” vem ganhando cada vez mais adeptos e já conta até mesmo com uma organização informal, mas efetiva e ágil. O maior caso de reunião de pessoas dispostas a ligar seus projetores, que alguns ainda chamam de datashow, do mundo é o Projetemos. Em parceria com a rede @designativista do Brasil e do mundo, a articulação promove campanhas, articula ideias e reúne as criações. Na ponta, os projecionistas, os antigos VJs disparam suas imagens pelas cidades.
“Jail Bolsonaro”: while protesters were marching in Brazil today, this apparently happened at the Tower of London pic.twitter.com/P4TOMCvSbS
— Tom Phillips (@tomphillipsin) June 20, 2021
#projetemos & #designativista
“A rede colaborativa Projetemos, que surgiu no passado, é formada por VJs, ativistas políticos e artistas que começaram a realizar intervenções para combater as fake news em relação ao vírus e às medidas de prevenção”, segundo a Folha de S. Paulo.
De acordo com o jornal, pessoas de todas as regiões do Brasil começaram a procurar os VJs, como Felipe Spencer, Mozart Santos e Bruno Caramori, o Boca, para aprender a fazer as próprias projeções.
Os VJs também oferecem oficinas online para interessados em aprimorar o uso de recursos como eventos via videochamadas. “Qualquer um pode ser Projetemos, basta projetar”, afirma Spencer.
Da Redação, com Folha de S. Paulo