Protesto contra proposta tucana para escolas de SP termina em confronto

Após anúncio do governo Alckmin anunciar reestruturação no ensino das escolas públicas de São Paulo, que visa o fechamento das unidades de educação, alunos, pais e docentes protestam e são surpreendidos com ação truculenta da polícia 

(Foto: Inácio Teixeira/ Coperphoto/ Apeoesp)

A Polícia Militar de São Paulo, estado governado por Geraldo Alckmim (PSDB), entrou em confronto, nesta sexta-feira (9), com professores, alunos e outros manifestantes durante protesto na Avenida Paulista. Eles sem mobilizavam contra a tentativa tucana de promover uma ‘reestruturação escolar’.

No entanto, para o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a iniciativa do governador deve resultar no fechamento de mais de diversas escolas estaduais. No site do sindicato, foi divulgada uma lista que consta a previsão do fechamento de pelo menos 155 unidades de ensino com a proposta de Alckmin. A categoria também está com receio de que demissões sejam anunciadas.

Pela proposta de mudança do governo tucano, as escolas devem passar a atender somente os alunos de um dos ciclos da educação. A reorganização prevê a distribuição dos alunos em unidades que atenderão cada um dos três ciclos de ensino, ou seja, os estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, em segundo, com alunos do 6º ao 9º ano do fundamental, e o terceiro reunirá os três anos do ensino médio.

O sindicato critica a reorganização da educação básica, que prevê a transferência de 1 milhão de alunos para o ano letivo de 2016. A Apeoesp defende que as escolas da rede estadual continuem atendendo alunos de mais de um dos ciclos, pois alguns pais têm filhos de diferentes idades estudando na mesma escola, por exemplo.

Em entrevista publicada no site do sindicato, o secretário geral da Apeoesp, Leandro Oliveira, explicou que a proposta de reorganização é “uma artimanha do governo paulista para enxugar a máquina pública”.

“30% das escolas do estado vão fechar. Os alunos vão perder o vínculo escolar, o que é muito importante, pois os alunos precisam conviver com outros de idades diferentes. Não existe estudo que comprove o que o governador alega, na verdade tudo isso é uma enganação, a preocupação é financeira e nada pedagógica”, afirmou.

Estudantes e professores que participaram dos protestos em diversas cidades de São Paulo relataram e postaram fotografias pelas redes sociais da ação truculenta da polícia durante a manifestação de sexta. Pela página do Facebook “Não fechem minha escola”, um internauta publicou o desabafo: “Que absurdo! Prenderam jovens por protestarem contra a destruição do ensino público!”. Outro texto diz: “A mando de Alckmin, a PM-SP já está ativa reprimindo a juventude, que luta contra a reorganização das escolas”.

O site “Viomundo”publicou reportagem sobre as manifestações e divulgou que o cinegrafista independente Caio Castor, que fazia cobertura para o portal de Luiz Carlos Azenha, foi detido por policiais e teve seu equipamento fotográfico quebrado.

As imagens da ação da PM foram publicadas no site. O professor de Sociologia Luiz Carlos de Melo, que participou do ato, também foi agressivamente abordado pelos policiais.

Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias

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