Protestos cobram punição à Vale por desastre em Minas

Desde o dia 5 de novembro, quando as barragens se romperam, moradores de diversas cidades protestam exigindo uma solução para o desabastecimento e danos ambientais

Com o rompimento de duas barragens no distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais, uma enxurrada de lama destruiu a cidade de Mariana, prejudicou o abastecimento de água em Governador Valadares e ameaça o fornecimento de água de algumas cidades do Espírito Santo como Guandu, Colatina e Linhares.

Diante desses problemas e da destruição do Rio Doce, moradores das cidades afetadas e índios da região realizaram manifestações contra a Vale, que controla a mineradora Samarco, responsável pelas barragens.

Na sexta-feira (13), moradores de Governador Valadares protestaram contra a falta de água na cidade, queimando pneus, e interromperam a o fluxo da linha férrea Vitória-Minas, utilizada pela Vale para o transporte de minério de ferro.

O município ficou sem fornecimento de água devido a lama com rejeitos da mineração que destruiu Rio Doce, responsável pelo abastecimento da cidade.

Após o protesto, a Vale afirmou enviou, no fim de semana, 300 mil litros de água para Governador Valadares. No entanto, o material teve que ser desperdiçado por estarem contaminados com querosene.

No domingo (15), cerca de 200 moradores de Pedra Corrida, em Minas Gerais, bloquearam a BR-381, no km 117, próximo a Governador Valadares, reivindicando água potável. Durante o protesto, os manifestantes barraram a passagem de um caminhão-pipa, enviado pela Samarco, que seguia para Governador Valadares. Então, ele foi desviado e abasteceu parte da cidade que tem cerca de 3 mil habitantes.

Com o fim do protesto, os moradores conseguiram o envio de seis caminhões-pipa para o município. Eles estavam sem fornecimento de água desde o dia 8 de novembro.

CT-pRgHWoAAWiuNTambém neste domingo, preocupados com a destruição do Rio Doce, índios da tribo Krenak bloquearam a ferrovia por onde a Vale transporta seus produtos. A água vinda do rio é tida como sagrada pelos índios há gerações e era de onde os 350 indígenas retiravam o suficiente para o consumo, banho e limpeza. Eles pediam para que a empresa seja responsabilizada pelo o que aconteceu com o rio e devolva vida a ele.

Nesta segunda-feira (16), cerca de 600 pessoas protestaram no Rio de Janeiro para cobrar punição ao crime ambiental cometido pelas empresas. Integrantes do Greenpeace levaram galões de lama e sujaram a fachada da Vale no centro da cidade.

A lama também deve afetar também os municípios de Colatina e Linhares, no Espírito Santo, e por isso moradores de Vitória, capital do estado, saíram da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), para também protestar contra as empresas responsáveis pelo desastre ambiental.

Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias

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