PT, 41 anos: pesadelo das elites, esperança do povo
Partido reafirma posição de maior liderança popular de esquerda da América Latina e assume tarefa de levar adiante uma agenda para o desenvolvimento nacional e de oposição ao governo fascista de Bolsonaro. “Nós não temos o direito de nos iludir com a brutalidade das elites desse país, não podemos esquecer que Lula é e continuará sendo seu maior pesadelo e que tudo farão para tentar adiar o reencontro do povo brasileiro com seu maior presidente, nosso grande líder político”, disse a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann. “O PT tem que compreender que o povo brasileiro precisa mais de nós do que em qualquer outro momento histórico”, afirmou Lula, em seu discurso
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A luta está apenas começando. Diante da destruição do Estado e das riquezas do povo brasileiro por um governo de caráter fascista, o PT chega aos 41 anos disposto a levar adiante uma agenda contra o avanço do autoritarismo e na defesa de um novo projeto de desenvolvimento nacional. Assim foi celebrado o aniversário da maior força da esquerda na América Latina, nesta quarta-feira (10).
Um evento virtual, transmitido pela internet, reuniu as maiores lideranças do partido, incluindo os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, o ex-prefeito e ministro da Educação Fernando Haddad, e o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, entre outros. O partido também recebeu homenagens de lideranças de partidos progressistas, governadores, movimentos sociais e diversas lideranças estrangeiras. O evento teve ainda a abertura do violeiro mineiro Pereira da Viola, do Vale do Jequitinhonha, além da participação em vídeo do humorista Bemvindo Siqueira e do sambista Raul do MST.
A presidenta da legenda, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), abriu a festa, abordando o desafio que a crise causada por Bolsonaro impõe ao país, além da injusta perseguição sofrida pelo partido desde antes do golpe que apeou Dilma da Presidência, em 2016.
“Se o PT é o pesadelo das elites, é também a esperança do povo”, afirmou Gleisi. “Nós não temos o direito de nos iludir com a brutalidade das elites desse país, não podemos esquecer que Lula é e continuará sendo seu maior pesadelo e que tudo farão para tentar adiar o reencontro do povo brasileiro com seu maior presidente, nosso grande líder político”, advertiu Gleisi, citando a perseguição ao ex-presidente.
Destacando que “ninguém chegará sozinho ao grande objetivo de resgatar a esperança e a democracia no Brasil”, Gleisi alertou que a luta “deve começar por um projeto para o país”. Para a presidenta do PT, “todos somos imprescindíveis nessa caminhada de momento difícil, e o PT, por sua história, trajetória nas lutas populares e o legado de governos, ainda mais, o que aumenta nossa responsabilidade”.
Lideranças estrangeiras destacam papel do PT
O evento contou com manifestações de lideranças estrangeiras que destacaram o papel do Partido dos Trabalhadores e, em especial, de Lula para a integração da América Latina e do Caribe e também pelo exemplo que deu ao mundo com suas políticas de inclusão social.
Enviaram manifestações em vídeo, exibidas durante o evento, o ex-presidente do Uruguai José Mujica, a prefeita de Paris Anne Hidalgo, o ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo, o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper, os líderes Jeremy Corbin do Partido Trabalhista inglês, o líder socialista francês Jean-Luc Mélenchon, a representanta da Frente Ampla do Uruguai Mônica Xavier, Norbert Walter-Borjans do SPD da Alemanha, a deputada Nidia Diaz de El Salvador, o presidente do Partido Socialista de Chile Alvaro Elizalde e o líder socialista do Chile, Marco Enríquez Ominami.
Propostas concretas
Em sua intervenção, o ex-presidente Lula reiterou o orgulho que sente de fazer parte da geração que criou o PT e disse que a legenda é a única com propostas concretas para tirar o país da crise. Ele citou a mais recente publicação da Fundação Perseu Abramo (FPA), que reúne, em mais de 200 páginas, contribuições de 600 especialistas de todas as áreas do conhecimento.
“Nós temos a solução que o Bolsonaro não sabe que tem, que o Guedes não sabe que tem. Não sabe porque essa gente não ganha eleições para governar, mas para vender o patrimônio que foi construído em benefício do povo”. Lula deu como exemplo “a entrega da administração do Banco Central ao sistema financeiro”, brasileiro e internacional.
O líder petista falou das dificuldades do partido para recuperar o que o povo brasileiro já havia conquistado nos anos de governo do PT. “O PT tem que compreender que o povo brasileiro precisa mais de nós do que em qualquer outro momento histórico”, ressaltou Lula. “Precisamos ir pra rua conversar com esse povo. O povo precisa se levantar”, disse. Para o ex-presidente, ou o povo reage, “ou vai ser vítima de coisa pior”.
Bloco na rua
Em sua manifestação, o ex-prefeito de São Paulo, ex-ministro da Educação e candidato a presidente da República em 2018, Fernando Haddad avisou às elites que “o PT vai botar o bloco na rua”. Haddad afirmou que a nova geração formada nos anos de governos petistas vai retomar o projeto de transformação do país.
“Comece a tirar a bandeira, a camiseta do armário”, afirmou Haddad, convocando a militância do partido, segundo ele, “a razão de existir do PT”. “Não podemos esperar 2022, mas temos de derrotar a cada dia este governo genocida”, clamou o petista, acusando Bolsonaro pela tragédia sanitária que já levou mais de 230 mil brasileiros à morte.
PT, resultado de lutas democráticas
Em sua fala, a ex-presidenta Dilma Rousseff exaltou a grandeza da base popular do partido que, com sua pujante militância, aguerrida em décadas de lutas que uniram os mais variados setores progressistas da sociedade, elegeu um operário e uma mulher presidentes. “O PT é querido pelo povo e temido por aqueles que têm aversão ao povo e tentam impedir sua emancipação”, discursou Dilma.
A ex-presidenta chamou a atenção para a crise atual ao afirmar que Bolsonaro tem como missão aniquilar as conquistas do Brasil obtidas com o PT ao longo de 13 anos.
“Esse desatino de atitudes e essa agenda neoliberal destruidora de direitos de tem um adversário atento e mobilizado: o PT, que hoje faz 41 anos de lutas em defesa do Brasil”, desafiou a ex-presidenta. Ela considera que o eixo central da luta imediata deve ser articulação de uma aliança de esquerda em torno de agenda que inclua vacina para toda a população e a retomada do auxílio emergencial.
Partido da renovação
O presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, também saudou a longa história de conquistas do PT. Ele lembrou que foi a luta de diversos segmentos da sociedade civil contra ditadura que resultou na criação da legenda, como as organizações de esquerda, estudantes, professores, comunidades eclesiais de base, intelectuais e os operários, liderados por Lula a partir de 1978.
“O PT é resultado de todas essas lutas”, disse Mercadante. Apesar de erros e cicatrizes, avalia o petista, o PT é um partido capaz de se renovar, de continuar com a mesma rebeldia de quando ainda era uma semente. “Hoje é uma árvore frondosa e ainda vai dar muitos frutos, alegria e esperança ao povo brasileiro”, concluiu Mercadante.
Confira abaixo trechos das mensagens de parabéns enviadas por movimentos sociais, partidos de oposição e governadores.
Movimentos sociais
Sérgio Nobre, presidente da CUT
“A relação da CUT com o Partido dos Trabalhadores é estratégica. Agradeço ao carinho e atenção que a CUT sempre teve da bancada do partido, das suas lideranças. Parabéns a todos pelos 41 anos. Fora, Bolsonaro, Impeachment já”.
Elida Elena, Secretaria Nacional da Frente Brasil Popular
“O Partido dos Trabalhadores surge, junto ao movimento operário para ser mais um instrumento de luta contra injustiças e para organizar o povo brasileiro na construção de um projeto de país para a classe trabalhadora do Brasil”.
Partidos de oposição
Juliano Medeitos, presidente Nacional do PSOL
“Num momento em que nossos desafios são maiores do que em qualquer outro momento, o PT – um partido tão importante na luta pela democracia, contra o neoliberalismo nos anos 90, que governou e promoveu mudanças importantes – está diante, com o PSOL e demais partidos do campo democrático, de um enorme desafio: superar uma crise sem precedentes que nosso país vive”.
Antônio Carlos, Partido da Causa Operária
“É preciso lutar pela devolução dos direitos políticos de Lula, pela anulação de toda a operação criminosa de todos os processos da Lava jato, defendendo direitos integrais para o ex-presidente. Eleições gerais e Lula presidente”.
Luciana Santos, presidenta Nacional do PCdoB
“Há mais de quatro décadas o PT está lutando pelo Brasil, pelos trabalhadores e trabalhadoras, pela soberania nacional, para que a gente tenha um país próspero, desenvolvido e inclusivo. É por isso que o PCdB sempre esteve ao lado das mesmas lutas”.
Carlos Lupi, presidente Nacional do PDT
“Quero que o PT, nos próximos 41 anos, cada vez mais seja um partido forte, comprometido com a causa popular que a sua história já representa, e olhando para o horizonte somando forças com todos os partidos que tenham amor verdadeiro à nação e ao povo. Parabéns PT! A festa é de todo o povo brasileiro.
Carlos Siqueira, presidente Nacional do PSB
“Nós participamos também dessa celebração, de um partido do nosso campo político, que tem desenvolvido grande contribuição às mudanças políticas, sociais e econômicas em nosso país e que, seguramente, ainda terá um grande protagonismo na política nacional. Nosso abraço, nossa alegria e nossos cumprimentos”.
Governadores
Flávio Dino, governador do Maranhão
“No governo do Maranhão, tenho o apoio do PT, de importantes quadros desse partido que nos ajudam na tarefa de transformar o nosso estado na direção da democratização do poder, da riqueza e do conhecimento. Quero agradecer ao PT e reconhecer esse imenso papel de sua trajetória de várias décadas. E sobretudo sublinhar que é impossível encontrar um caminho de desenvolvimento nacional-popular, que é impossível constituir uma frente progressista como o Brasil precisa, se não for com a presença do PT”.
Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte
“Mais do que nunca, nesses tempos obscurantistas, de ameaças à liberdade que emanam de um governo nacional de perfil autoritário, negacionista, mais do que nunca precisamos do PT. Como uma ferramenta essencial na defesa da democracia, da cidadania e da dignidade do povo brasileiro”.
Wellington Dias, governador do Piauí
“Há 41 anos, nascia o Partido dos Trabalhadores, uma das maiores invenções da política brasileira. A união de intelectuais, de técnicos, de operários e sindicalistas, de camponeses, a união de amplos setores, com um objetivo: dar voz e vez aos que não tinham”.
Rui Costa, governador da Bahia
“Ao longo desses anos, lutamos ao lado do povo brasileiro, dos que mais precisam, demonstrando de que lado nós estamos, pela inclusão social, pela qualidade de vida. Desde 2007, através do governo de Wagner e do nosso governo, temos demonstrado o que é o PT, o que é a prioridade para cuidar de gente. Viva o PT, viva a militância do nosso partido”.
Assista a integra do evento:
Da Redação