PT não apoiará candidatos que votaram pelo impeachment, diz Rui
Em coletiva após reunião do Diretório Nacional, presidente do PT comentou mudança nas alianças, condenou governo do golpe e falou sobre atos em defesa de Dilma
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O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores anunciou, durante coletiva após reunião do Diretório Nacional, nesta terça-feira (17), que a legenda não apoiará, nas eleições deste ano, candidatos que tenham votado a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
“Para nós está claro que a disputa eleitoral não se dará nos quadros da eleição de 2012. Rediscutimos quem serão nossos aliados. Vamos fazer alianças com partidos do campo democrático e popular e estender esse diálogo a partidos ou setores que possam construir conosco campos de governo comuns”, disse.
“O PT não apoiará candidatos que votaram pelo impeachment ou que apoiaram publicamente o impeachment”, completou. Nesta terça-feira (17) o partido lançou as Resoluções sobre conjuntura – Maio 2016 e as Resoluções sobre eleições 2016.
Rui Falcão ainda anunciou um encontro extraordinário, em novembro, para discutir o pós-eleições, futuras ações e projetos estratégicos do PT.
Sobre a reunião do Diretório Nacional, nesta terça, o presidente do PT exaltou a presença de ministros do governo Dilma Rousseff, senadores, deputados e outros companheiros. “O PT esteva unido e bem representado. Fizemos uma primeira abordagem sobre o sentido deste golpe, a presidenta Dilma foi afastada sem que nada contra ela fosse comprovado, reiteramos o sentido do golpe e o fora Temer. Vamos continuar com o trabalho de convencimento dos senadores e esperamos conseguir”, explicou.
Governo do golpe
Rui Falcão voltou a condenar a composição do governo do presidente golpista Michel Temer e disse não reconhecer a gestão do presidente interino.
“De forma geral, notamos o caráter machista e restritivo da composição do governo usurpador. Branco, ricos, nenhuma mulher, nenhum negro, e vários ministros sendo investigados por denúncias de corrupção. (…) “O sentido desse governo a gente já sente com a extinção da Previdência, a declaração do Ministro da Saúde de reduzir tamanho do SUS, que vai afetar o sistema de seguridade”, lembrou.
“Não reconhecemos esse governo carente de voto, fruto de golpe, ilegítimo. Estamos mobilizados para impedir a retirada de direitos conquistados e queremos a volta da presidenta eleita legitimamente, a nossa presidenta Dilma”.
Ele também criticou a postura do ministro golpista das Relações Exteriores, José Serra (PSDB). “A nova postura do Itamaraty é a política do Big Stick e ameaça os países que se mostraram contra o golpe. É o desmonte de acordos como o Mercosul e o Brics”, analisou.
O presidente do PT garantiu que as mobilizações nas ruas contra o golpe e em favor da presidenta eleita Dilma Rousseff terão prosseguimento. A expectativa é, segundo ele, realizar um grande ato quando a presidenta comparecer ao Senado para apresentar a defesa, em junho.
Ele ainda comentou o crescimento da rejeição ao governo golpista e condenou a parcialidade de parte da imprensa brasileira. “A imprensa internacional tem denunciado muito mais o golpe aqui no Brasil do que a imprensa nacional”.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias