PT questiona modelo de concessão das rodovias paulistas

Para os deputados, fundamento do modelo de concessão adotado pelo estado teve o objetivo de robustecer os cofres do governo e penalizar o cidadão

Foto: Agência Brasil

Os deputados Antonio Mentor e Gerson Bittencourt, do PT, querem saber da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) qual seria o valor da tarifa de pedágio no estado, caso o governo de São Paulo não tivesse adotado o modelo de concessão por outorga onerosa nas 19 concessões das rodovias paulistas.

O requerimento foi protocolado na CPI dos Pedágios, da qual os deputados são membros efetivos. Para eles, as tarifas  nas rodovias estaduais paulistas são muitas vezes superiores às aplicadas nas rodovias federais, que foram concedidas sob um outro princípio: o da mobilidade, da circulação de mercadoria, da melhor condição ao cidadão.

“Já no Estado de São Paulo, as primeiras concessões de 1998 visavam uma política de engorda dos cofres públicos. Foi a chamada concessão onerosa, que entregou os melhores trechos das rodovias Imigrantes, Washington Luís, Anhanguera, entre outras, às concessionárias que dessem o maior retorno ao Estado”, afirma o requerimento dos parlamentares.

“O fundamento dessa concessão era robustecer os cofres do Estado de São Paulo e, por consequência, penalizar os cidadãos paulistas que tinham que arcar com o retorno das concessionárias para os cofres do Estado”, completa o texto.

Em outros requerimentos, Mentor e Bittencourt ainda questionam a taxa interna de retorno dos contratos de concessão e o acompanhamento disso pela Artesp; e a manutenção dos 916,8 km de rodovias vicinais sob responsabilidade das concessionárias da 2ª Etapa, obrigação contratual que está embutida nas tarifas de pedágio.

Suspensão – Na semana passada, os deputados também protocolaram requerimento pedindo que seja suspenso qualquer reajuste nas tarifas de pedágio cobradas nas rodovias paulistas até a conclusão das investigações por parte da CPI. O reajuste está previsto para 1° de julho.

O pedido se fundamenta em auditoria realizada em 2011 pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que constatou erro na metodologia utilizada para a realização dos aditivos que prorrogaram o prazo de vigência dos contratos de concessão em 2006. Estas prorrogações permitiram que as concessionárias obtivessem lucro indevido de cerca de R$ 2 bilhões até o ano de 2012.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Imprensa PT ALESP

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