Rede de solidariedade ajuda a manter Acampamento Lula Livre
Voluntários, vizinhança, doações e vaquinha virtual têm sido fundamentais para o funcionamento da vigília em defesa da liberdade de Lula
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Uma semana desde que o Acampamento Lula Livre foi instalado na vizinhança da Polícia Federal, em Curitiba, a rede de solidariedade para auxiliar quem está disposto a seguir no lugar enquanto o ex-presidente estiver como preso político tem crescido diariamente.
Uma barraca foi armada somente para acondicionar as doações. Alimentos não perecíveis, material de limpeza e higiene, água mineral, cobertores e medicamentos são recebidos pelos voluntários e organizados de forma que não falte nada a ninguém. Há também um freezer onde são guardadas as doações de comida perecível.
“Aqui a gente recebe todo tipo de doação. Tudo é bem vindo e bem aproveitado”, conta o lavrador José Carlos Lima, que veio de Ortigueira, no interior do Paraná, para ajudar no acampamento. “Às vezes, não tem muita mistura, então, o pessoal ali põe um molho, cozinha uns ovos e dá pra todo mundo comer”, explica.
É dessa mini central de abastecimento que saem os ingredientes para as seis barracas que fazem o preparo da alimentação de quem está acampado. O café da manhã, almoço e jantar são feitos pelas mulheres do MST.
O jornalista e professor da UFPR Mário Messagi Jr foi um dos que já auxiliou na preparação das refeições. Na terça, ele levou 13 kg de frango para incrementar a alimentação. “Eu doei porque quero, de toda forma possível, me sentir participante deste momento e desta luta. E porque sei que são os mais pobres que lutam por Lula”, justifica.
Além de alimentos, têm chegado doações que tem ajudado os que dormem no local. A microempresária Marisa Moutinho levou cobertores e moletons. Já a arquiteta e professora Letícia Sá doou medicamentos, papel higiênico, protetor solar e água mineral. As duas integram a #partidA Feminista, um dos vários coletivos que têm se organizado para ajudar a manter o acampamento.
“Fiquei emocionada com a mobilização de todos e todas desde o pedido da prisão. O pessoal em São Bernardo, as atividades no Brasil e no mundo afora. Estando em Curitiba, posso ajudar pra fortalecer o acampamento. Acredito que um pouco de cada um, cada uma, pode ajudar muitos”, conta uma artista que prefere não se identificar e que doou materiais como papel craft, fita crepe, tinta, pincel e revistas para as atividades culturais.
Os vizinhos também auxiliam como podem. A costureira Rosa Trento, por exemplo, tem liberado seu banheiro para que os acampados possam usar. “Eu acabei de tomar um banho na casa dela. Tinha mais três pessoas na fila. Ela é muito generosa”, conta o professor Edmilson Rodrigues.
Mesmo quem está fora de Curitiba tem ajudado. A publicitária Suzi Vitoriano, por exemplo, depositou R$ 100,00 na conta de uma amiga que mora em Curitiba para que fossem compradas frutas, verduras, e copos de água para doação.
Vaquinha virtual
Para quem não pode ir até o local e quer contribuir de alguma forma com a manutenção do acampamento, o PT colocou no ar uma plataforma unificada com as frentes e movimentos sociais para arrecadação financeira.
A doação pode ser feita pelo site: https://vigilialulalivre.pt.org.br/cli/#/
Quem preferir levar doações ao local, as principais necessidades agora são cobertores, água mineral em copo, frutas, verduras e carnes. A Secretaria Operativa do acampamento, coordenada pelo PT e pela CUT, também recebem doações em dinheiro no local. Basta procurar por Regina Cruz (CUT), Zuleide ou Rose (PT).
Por Terra Sem Males