Revista The Economist volta a criticar Jair Bolsonaro

Matérias publicadas nesta quinta-feira (11) tratam Bolsonaro como “autoritário sem exército” e “extremista que nunca conquistou nada no Congresso”

Reprodução

Matéria da The Economist

A revista inglesa The Economist, famosa por suas posições conservadoras, voltou a criticar o candidato Jair Bolsonaro em matérias publicadas nesta quinta-feira (11), em seu site. Em um dos textos, afirma que o candidato do PSL é “o autoritário brasileiro sem exército” e no outro apresenta o político como uma pessoa de retórica extremista que não conquistou nada em sete mandatos no Congresso.

Lembrando do golpe militar de 1964, um dos textos vê paralelo com a destituição de João Goulart e o que Bolsonaro pode fazer após eleito. “Bolsonaro é um fervoroso defensor da ditadura militar e fã do ex-ditador do Chile, Augusto Pinochet. Ele disse que nomearia militares como ministros. Seu companheiro de chapa é Hamilton Mourão, um general aposentado que no mês passado cogitou sobre um “auto-golpe” se o país mergulhasse na anarquia. Em parte nas costas de Bolsonaro, 17 militares e sete policiais, todos de licença, foram eleitos para o congresso no dia 7 de outubro”.

Certamente há alguns paralelos com 1964. Agora, como então, a política brasileira é polarizada entre esquerda e direita. Goulart era um pretenso reformador, mas ineficaz”, diz a matéria, mas com a ressalva de que importantes quadros do exército não embarcariam em uma nova aventura golpista como no passado. 

Em vez de um flashback de 1964, Bolsonaro representa uma ameaça mais insidiosa. Ele expressa visões extremas. Ele disse que a ditadura errou em “torturar em vez de matar”. Ele quer que a polícia mate mais “criminosos” e liberalize a posse de armas. Ele falou sobre enquadrar a suprema corte. CoÉ a qualidade da democracia brasileira, e não sua sobrevivência, que corre um risco mais imediato”, diz o texto.

A outra matéria destaca que frente aos problemas enfrentados desde o impeachment de Dilma Rousseff, partes dos eleitores brasileiros “estão se voltando para um político provocador, mais notável pelo extremismo de sua retórica do que por qualquer coisa que ele conseguiu em sete mandatos como congressista. Bolsonaro insultou mulheres, negros e gays. Ele encoraja a polícia a matar suspeitos criminosos e considera os ditadores dos anos 70 e 80 como modelos”.

As eleições mostram que o ‘homem comum’ tem atitudes conservadoras em relação ao casamento gay, ao aborto e à pena de morte, diz Fernando Schüler, cientista político do Insper, da Universidade de São Paulo. Os partidos da bancada ‘bala, boi e bíblia’, fortalecidos nesta eleição, apoiarão grande parte da agenda de Bolsonaro se ele ganhar. Seus planos de afrouxar o controle de armas e diminuir a idade de responsabilidade criminal provavelmente encontrarão pouca resistência no Congresso. Ao reduzir as proteções ambientais, grande parte do congresso pode animá-lo.”

O texto ainda destaca que muitos dos partidários de Bolsonaro não se incomodam em esconder sua maldade. “Candidatos do PSL no Estado natal de Bolsonaro, no Rio de Janeiro, que quebraram um cartaz em homenagem a Marielle Franco, uma vereadora de esquerda assassinada em março, venceram suas corridas”.

Da redação da Agência PT de notícias, com informações da The Economist

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