Rosa Parks: mulher negra símbolo da luta contra o racismo

A costureira ficou conhecida como “a mãe do movimento pelos direitos civis” por se recusar a ceder seu assento no ônibus para um homem branco

Reprodução

Rosa Parks

“Alguns dizem que não me levantei só porque estava cansada, não é verdade. Eu não estava fisicamente cansada, ou pelo menos não mais do que depois de qualquer outro dia de trabalho. Mas eu estava cansada de desistir”, a citação é de Rosa Parks, grande símbolo do movimento negro dos EUA. No mês da Consciência negra sua luta atemporal é relembrada e se tornou inspiração para uma questão do ENEM.

Em 1º de dezembro de 1955, em Montgomery, no Alabama, a costureira Rosa Parks entraria para a história como “a mãe do movimento pelos direitos civis”, a mulher negra que decidiu desafiar a lei de segregacionismo entre negros e brancos nos Estados Unidos e recusou levantar de seu assento no ônibus para que um homem branco se sentasse.

A lei designava algumas cadeiras no transporte para “pessoas de cor”, mas em casos de lotação, as negras e negros deveriam ceder seus lugares para pessoas brancas. Rosa estava sentada em uma poltrona numa fileira de quatro lugares quando o ônibus lotou, apenas três pessoas se levantaram. Nesse dia, ela não cedeu.

As consequências foram grandes, Rosa foi presa e perdeu o emprego, mas foi através de seu protesto silencioso que um movimento de boicote aos ônibus começou, feito por negras e negros e organizado pelo Conselho Político Feminino, foi uma forma de lutar contra a discriminação racial na época.

Um dos líderes desse movimento foi Martin Luther King Jr. Negros e negras se uniam e andavam quilômetros para chegarem aos seus locais de trabalho, acenando e cantando, e por diversas vezes sendo agredidos, mas resistindo. Como eles eram maioria de usuários, o transporte público entrou em crise,  e após um ano, no dia 13 de novembro de 1956,  a Suprema Corte dos EUA suspendeu as leis de segregação racial em Montgomery e no estado do Alabama.

O gesto de Rosa Parks pode parecer pequeno, mas foi gigantesco para um país que mesmo após quase 100 anos de abolição da escravatura não permitia que a população negra frequentasse alguns locais, como mercados e escolas, muito menos que tivesse direito ao voto.

Rosa já era ativa no movimento negro, debatia o racismo institucionalizado como uma das poucas mulheres integrantes da Associação Nacional pelo Avanço das Pessoas de Cor, o grupo era contra a participação feminina pois acreditava que elas não eram capazes de debater.

Por conta das inúmeras ameaças de morte que recebia, a ativista teve que se mudar para Detroit, em 1957, onde atuou pela integração racial na cidade enquanto trabalhava como secretária para o deputado John Convers.

Em 1999 foi condecorada com a medalha de ouro do Congresso norte-americano. Faleceu em outubro de 2005, seu corpo foi velado em Washington, no Capitólio dos Estados Unidos, Rosa e o francês Pierre L’Enfant são as únicas pessoas que não tiveram participação no governo que foram homenageados dessa forma.

Por Jéssica Rodrigues, da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT

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