Rumo à neutralidade

Na próxima quarta-feira, dia 8, executiva nacional do PSB tomará decisão sobre se o partido irá apoiar algum candidato no 2º turno

VERDE1 BSB DF MAINA SILVA/ENTREVISTA COLETIVA - GERAL - A ex-candidata à Presidência Marina Silva (PV) concede entrevoista coletiva sobre as acusações feitas a ela e a seu marido, Fabio Vaz de Lima, pelo relator do projeto de reforma do Código Florestal, Aldo Rebelo (PC do B-SP). Durante sessão de ontem na Câmara. 12/05/2011. FOTO: DIDA SAMPAIO/AE

Marina: dilema sobre quem apoiar no segundo turno

A derrota da candidata Marina Silva colocou o PSB numa encruzilhada. Cria política do PT, partido pelo qual foi vereadora em Rio Branco (AC), senadora e ministra de Estado, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marina ainda não definiu como irá se posicionar durante a disputa de segundo turno entre a presidenta Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência da República.

Na madrugada seguinte ao resultado do primeiro turno, em entrevista ao programa “Canal Livre”, da TV Bandeirantes, o presidente do PSB, Roberto Amaral, revelou que a situação de Marina se tornou “incômoda”. Isso porque, caso decida apoiar Aécio, será acusada de “ir para a direita” e levar o PSB com ela, partido historicamente ligado às esquerdas nacionais.

Marina, contudo, sofre pressões internas para também não apoiar Dilma, sobretudo do candidato a vice da chapa derrotada, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). “Eu, pessoalmente, tenho muita dificuldade (de apoiar a Dilma). Eu, como gaúcho, não sou um homem de levar desaforo para casa. Nem de esquecer calúnias e vilanias como foram criadas contra a nossa candidatura”, afirmou, logo após o resultado da eleição.

A questão de fundo, no entanto, transcende mágoas pessoais. Para Marina, apoiar Dilma – e manter-se no campo progressista onde sempre esteve – poderá sinalizar um retrocesso no discurso de renovação política, base da bandeira política da campanha da candidata do PSB. Daí a sinalização de Roberto Amaral, ex-ministro do PT, no primeiro governo Lula, e expoente da ala mais à esquerda do partido. Ele, como Albuquerque, ressalta a necessidade de o PSB se reunir para, então, tirar uma posição coletiva.

Na entrevista, Amaral afirmou que, pelo que conhece de Marina Silva, acha que ela poderá não apoiar ninguém formalmente no segundo turno, mesmo sob o risco de ser classificada de “omissa”. O presidente do PSB diz ter conversado com Marina e combinado anunciar uma posição conjunta ao longo desta semana. Amaral reconhece, contudo, que o partido e o grupo liderado por Marina, a Rede, tenham posições divergentes.

Por Leandro Fortes, da Agência PT de Notícias

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