Secretaria de Combate ao Racismo debate a construção de políticas públicas
“Para resolver os problemas sociais do país, primeiro é preciso enfrentar a questão racial”, defende Martvs das Chagas, secretário de Combate ao Racismo do PT
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O governo de Jair Bolsonaro (PSL) impõe retrocessos inimagináveis em menos de oito meses de gestão. Isso se verifica em todos os âmbitos, inclusive na luta pela igualdade racial. Ele, que tem a carreira política marcada por falas racistas, LGBTfóbicas e misóginas, tem desmontado o órgão de promoção da igualdade, denuncia o Secretário Nacional de Combate ao Racismo do PT, Matvs das Chagas.
Para enfrentar esse desmonte, a secretaria promove na segunda-feira (26) uma mesa de debates com ex-titulares do Ministério da Igualdade Racial com o tema “A Construção e a Atualidade das Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial no Brasil”.
“A nossa ideia é envolver tanto os filiados do PT, como todas as pessoas que acreditam que, para resolver os problemas sociais do país, primeiro tem que se enfrentar a questão social. Não tem como resolver as grandes mazelas do Brasil, um país, construído na base da escravidão, sem combater o racismo”, avalia Martvs.
O secretário convida todos a participar do evento, que é aberto ao público e será realizado no campus Maracanã da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
“Nós tivemos um avanço de políticas públicas para igualdade social durante os governos do PT. O que nós percebemos é que logo depois [do golpe contra Dilma Rousseff] percebemos um descenso da aplicação dessas políticas com diminuição e desconstituição desses órgãos de promoção da igualdade racial”, contextualiza Martvs.
Ele complementa que “a população negra acaba sendo afetada diretamente por ser a base da pirâmide social e não encontrar políticas que promovam o mínimo de igualdade”.
Além de Martvs das Chagas, participam da mesa os ex-ministros Matilde Ribeiro, Edson Santos, Eloi Ferreira e Nilma Lino. O evento será realizado pela Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT em parceria com a Fundação Perseu Abramo e com o Diretório Central dos Estudantes da UFRJ.
Para o coordenador do DCE e diretor da União Nacional dos Estudantes, Luan Luis, é importante que esse debate aconteça na UFRJ, instituição que é considerada uma das pioneiras na implementação de políticas afirmativas para negros e negras e cita as políticas instituídas pelos governos Lula e Dilma para democratizar o acesso de negros e negras à educação.
Luan afirma que uma das maiores violências cometidas no Brasil é a violência simbólica da falta de acesso aos espaços e que essas barreiras haviam começado a ser rompidas com a democratização desses espaços e, consequentemente, da democratização das possibilidades. No entanto, “Bolsonaro acaba com essa democratização”, critica Luan.
E complementa: “manter um abismo social entre a elite e as classes populares é fundamental para esse governo. Prova disso é o ataque à educação, que foi onde a gente teve mais efetividade nas ações afirmativas, desde a lei de cotas a uma série de outras políticas. E, hoje, a gente tem um ataque central governo contra educação. É uma agenda de retrocessos nos governos sociais”.
Serviço
O que?
Mesa Redonda com ex-titulares do Ministério da Igualdade Racial: A Construção e a Atualidade das Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial no Brasil
Onde?
Capela Ecumênica – Rua São Francisco Xavier, 524, Campus Maracanã da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Quando?
26 de agosto de 14h às 17h
Da Redação da Agência PT de Notícias