Senadora defende indenização do HSBC ao Paraná

Gleisi Hoffmann diz que banco se beneficiou de programa de recuperação federal e que precisa recompensar estado pelas milhares de demissões

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) defendeu, em artigo publicado no Blog do Esmael, nesta segunda-feira (29), uma “compensação” do banco HSBC ao Paraná, estado onde a instituição tem sede desde que chegou ao Brasil, em 1997.

O banco anunciou a interrupção dos negócios de varejo no Brasil após 17 anos do empreendimento que rendeu quase R$ 50 bilhões em menos de duas décadas.

O HSBC entrou no país ao assumir o Bamerindus, banco paranaense que foi salvo da falência com incentivos e recursos públicos do programa federal de recuperação bancária (o Proer) no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.

“Isso, para a economia do Paraná e de Curitiba, é um baque. Depois de U$ 15 bilhões de lucros, o HSBC não pode deixar o país como se estivesse deixando uma colônia de férias”, criticou a ex-ministra do governo Dilma Rousseff sobre o anúncio da saída do grupo financeiro do país.

Gleisi afirma que a saída do HSBC representará risco de demissão de 21,4 mil funcionários, sendo 11 mil só no Paraná. Destes, 7 mil em Curitiba. A senadora pretende discutir o assunto ainda esta semana em reunião com autoridades monetárias (do Banco Central), econômicas (do Conselho Administrativo de Defesa Econômica/Cade), políticas (inclusive da Comissão Parlamentar de Inquérito/CPI do HSBC) e lideranças empresariais e sindicais do estado, além da vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves.

Para a petista, o banco “não pode deixar o Brasil com a desculpa de reestruturação administrativa, coincidentemente quando se torna público um escândalo internacional de que patrocinava fuga de capitais com finalidade de sonegação tributária, inclusive deste país que o acolheu”.

A senadora se refere ao caso SwissLeaks, denunciado no início deste ano por uma associação internacional de jornalistas investigativos na Europa. O grupo descobriu a relação de milhares de correntistas de vários países, inclusive Brasil, que, entre 2006 e 2007, depositaram dinheiro sem conhecimento das autoridades nacionais de origem.

“A transferência dos ativos que agora o banco quer fazer precisa ser acompanhada de perto pelo governo federal”, alerta Gleisi.“Temos de nos unir para impedir que isso aconteça, cobrar explicações, chamar à responsabilidade a direção internacional do banco”, defendeu ao lembrar que depois de obter apoio federal para se estruturar no país, o HSBC “não pode desestruturar economias locais ou a vida das pessoas”.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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