Senadores reagem após confissão de “golpe” por parte de Michel Temer
Michel Temer confirmou ter sido golpe o movimento de impeachment que retirou a ex-presidenta Dilma Rousseff da chefia do Poder Executivo
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A bancada do PT no Senado reagiu, nesta terça-feira (17), à entrevista concedida por ex-presidente ilegítimo Michel Temer ao programa Roda Viva na qual admitiu que o processo de impeachment que retirou do retirou do poder, em 2016, a presidenta democraticamente eleita, Dilma Rousseff, se tratou de um golpe. “Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe”, disse Temer em trecho da entrevista que foi ao ar na noite da última segunda-feira (16).
“Foi golpe. Por mais que alguns queiram negar”, disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE). Para ele, foi o golpe contra Dilma que rompeu a ordem democrática e permitiu a ascensão de Bolsonaro ao poder.
Na mesma entrevista, o emedebista afirmou ter tentado impedir o avanço do golpe parlamentar após um telefonema do ex-presidente Lula. “Eu não era adepto do golpe, apenas assumi a Presidência da República pela via constitucional e eleitoral depois do impedimento”.
Na sequência, Temer afirmou que, caso Lula tivesse assumido o posto de ministro-chefe da Casa Civil ainda em 2015, o impeachment poderia não ter acontecido.
As conversas entre Michel Temer e Lula foram alvo de recente reportagem do The Intercept acerca dos diálogos ilegais envolvendo procuradores da República ligados à operação Lava Jato e o ex-juiz e atual ministro de Bolsonaro Sérgio Moro. A reportagem explica que áudio vazado por Moro foi tirado de contexto para prejudicar Lula e impedi-lo de assumir o cargo de ministro.
“Primeiro, ele [Temer] usou repetidamente a palavra golpe, depois admitiu as conversas divulgadas pelo The Intercept Brasil. Alguém tem mais alguma dúvida? Os procuradores ainda vão negar a veracidade das mensagens?”, questionou o senador Rogério Carvalho (SE), vice-líder do PT no Senado.
Já o senador Paulo Rocha (PT-PA), afirmou que ao tratar do impeachment de Dilma, a palavra “golpe” estará grafada nos futuros livros de história juntamente com “o período favorito do [atual] presidente do Brasil: a ditadura militar”.
Para a ex-presidenta Dilma Rousseff, “Temer cometeu novo ato de sincericídio” durante a entrevista da última segunda-feira. “Admitiu que eu sofri um golpe de Estado e disse que se Lula tivesse ido para o meu governo não teria havido o impeachment”.
Apesar disso, Dilma alertou que Michel Temer não disse que o golpe contra seu governo ocorreu com o objetivo de “enquadrar o Brasil no neoliberalismo”.
Mas, gente, ele não falou com todas as letras que era “golpe”? Por que vocês insistem em fingir que não ouviram e escrevem “impeachment”? G-O-L-P-E! Golpe! https://t.co/jJRcUzzgGE
— Humberto Costa (@senadorhumberto) September 17, 2019
Constatações sobre o pronunciamento do @MichelTemer : primeiro, ele usou repetidamente a palavra "golpe", depois admitiu as conversas do @TheInterceptBr . Alguém tem mais alguma dúvida? Os procuradores ainda vão negar a veracidade das mensagens? #Golpe @PTnoSenado pic.twitter.com/eKQ4gn54B3
— Rogério Carvalho (@SenadorRogerio) September 17, 2019
Futuramente, quando os livros de história tratarem do impeachment contra Dilma Rousseff, a palavra "golpe" estará grafada junto com o período favorito do presidente do Brasil: a ditadura militar. https://t.co/3S4Q68adIy
— Paulo Rocha (@senadorpaulor) September 17, 2019
Michel Temer cometeu ontem novo ato de sincericídio, no Roda Viva. Admitiu que eu sofri um golpe de Estado e disse que se Lula tivesse ido para o meu governo não teria havido o impeachment. #GolpeDe2016#VazaJato#LulaLivre pic.twitter.com/HZq0jZcwcm
— Dilma Rousseff (@dilmabr) September 17, 2019
Por PT no Senado