Ser mulher no Brasil está mais perigoso, mostra estudo

Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta crescimento nos casos de estupro e feminicídio em 2017

Paulo Pinto/Agência PT

Em ato, mulheres repudiam violência sexual

A cada dois minutos uma mulher sofreu violência doméstica no Brasil em 2017. O país contabilizou um estupro a cada nove minutos. No ano passado, três mulheres foram mortas por dia vítimas de feminicídio – assassinato motivado pela condição de gênero. É nesse ambiente hostil e de extrema violência que as mulheres sobrevivem no país.

Os dados apontados  fazem parte do Anuário divulgado na quinta-feira (9) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento mostra que o Brasil ficou mais perigoso para as mulheres, com aumento nos casos de estupro e de feminicídio em 2017 em relação ao ano anterior.

Três mulheres são mortas por dia vítimas de feminicídio

O crime de feminicídio foi incluído no Código Penal em 2015, com a legislação específica sancionada pela presidenta eleita Dilma Rousseff. O Anuário de Segurança Pública apontou 929 casos com essa classificação referentes a 2016. No ano passado, o estudo mapeou 1.133 mortes de mulheres pela condição de gênero, o que representa três mortes por dia. No geral, 4.539 mulheres foram assassinadas em 2017, o número representa um crescimento de 6,1% em relação a 2016.

A cada nove minutos uma mulher é estuprada

Mais mulheres também foram vítimas de estupro no ano passado, quando  60.018 casos foram registrados, ou seja, a cada nove minutos uma mulher foi estuprada no país.

O número representa aumento de mais de 8% quando comparado a 2016, ano em que foram contabilizadas 54.968 ocorrências. Conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os casos voltaram a crescer em 2016, após quatro anos de queda.

Violência doméstica atinge uma mulher a cada dois minutos

Os números que constam no Anuário mostram ainda que a violência doméstica está presente quase que em tempo integral na vida das mulheres brasileiras, com uma ocorrência a cada dois minutos. O total de registros foi de 221.238 casos em 2017, ou seja, em média 606 mulheres foram agredidas por dia no Brasil.

Mulheres realizam ato público contra a violência de gênero, no Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Temer promove desmonte nas políticas de proteção às mulheres

Logo que usurpou a Presidência da República, o governo golpista de Michel Temer deu início aos ataques às políticas de proteção conquistadas pelas mulheres durante os quase 13 anos de governo petista. O primeiro ato foi a extinção da Secretaria de Políticas para Mulheres, que até então tinha status de ministério.

Após a entrada ilegítima de Temer, a Pasta se transformou em um “puxadinho” dentro do Ministério da Justiça. Posteriormente, a estrutura que restou após o sucateamento foi vinculada à Secretaria de Governo e agora integra o Ministério dos Direitos Humanos, comandado por um homem.

O descaso do desgoverno com o enfrentamento à violência contra a mulher também se mostrou no corte de investimentos em programas criados por Lula e Dilma, como a Casa da Mulher Brasileira, que estava em fase de implementação à época do golpe.

O equipamento foi planejado para oferecer atendimento integrado às mulheres vítimas de violência, com acesso facilitado, no mesmo espaço, aos serviços especializados de acolhimento, apoio jurídico e psicossocial.

Por Geisa Marques, da Comunicação Elas por Elas

 

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