Só mobilização popular pode reverter o golpe, diz Rui Falcão

Presidente do PT concedeu entrevista coletiva após reunião da Executiva Nacional e alertou para retrocessos em curso com Michel Temer (PMDB)

Foto: Paulo Pinto/AGPT

Para o presidente nacional do PT, Rui Falcão, a população deve se engajar nas manifestações contra o golpe para reestabelecer a democracia no Brasil. A afirmação foi feita na tarde desta terça-feira (23), em entrevista coletiva concedida após reunião da Comissão Executiva Nacional, na sede do PT em São Paulo.

“A gente voltou a analisar o conteúdo do golpe apesar de todas as perícias e opiniões e de uma senadora golpista que acha que não houve crime de responsabilidade, há um movimento forte para tentar cassar a presidenta. E mais que ela, os votos de 54 milhões de brasileiros e brasileiras”, afirmou Rui, ao lado do vice-presidente do PT e Secretário de Comunicação, Alberto Cantalice.

Para Rui Falcão, é fundamental participar dos atos pela democracia e a militância deve ficar atenta às datas. “Vamos exercer pressão sobre nossos senadores e senadoras, conclamando a militância para o ato do dia 29 e se engajar nas mobilizações da Frente Brasil Popular”.

Em Brasília, haverá uma grande mobilização em 29 de agosto, data em que a presidenta eleita Dilma Rousseff deve ir ao Senado para reafirmar que não existiu crime de responsabilidade.

Alberto Cantalice e Rui Falcão (Foto: Paulo Pinto/AGPT)

Alberto Cantalice e Rui Falcão (Foto: Paulo Pinto/AGPT)

A reunião foi “muito boa”, contou o presidente, reforçando que o partido espera reverter o afastamento de Dilma. Se as expectativas forem correspondidas, o próximo passo será trabalhar pela governabilidade.

Se o impeachment triunfar, o PT deve se firmar como oposição a um governo ilegítimo, informou Rui.

Para ele, antes mesmo do julgamento de Dilma, já está em curso um “retrocesso visível”, que se expressa na perda de direitos “duramente conquistados”.

Rui Falcão citou a elevação da idade mínima para aposentadoria e outras medidas que estão desmantelando direitos trabalhistas como a desvinculação do salário-mínimo para o reajuste de benefícios, extensão da jornada de trabalho e prevalências do negociado sobre o legislado.

Ele criticou mudanças nas regras de regulamentação do pré-sal, que estão afetando a soberania nacional.

Rui Falcão foi enfático ao denunciar as tentativas do ministro interino José Serra de se alinhar e se submeter aos interesses dos Estados Unidos. Um fato que expressa esta postura é o veto à presidência da Venezuela no Mercado Comum do Sul (Mercosul).

As campanhas eleitorais dos municípios, segundo ele, devem ser o momento para eleger vereadores, vereadoras, prefeitos e prefeitas, difundir amplamente o projeto de país do PT e defender o partido, vítima de tentativas de criminalização.

Ao final da reunião, a Comissão Executiva Nacional divulgou uma resolução de conjuntura.

“Só a mobilização pode barrar o impeachment. Enganam-se os que acham que o PT e os setores democráticos, todos e todas que apoiam Dilma, esmoreceram”, diz o texto. Clique aqui para ler.

À noite, Rui Falcão e Cantalice participarão da manifestação pela democracia com Dilma, na Casa de Portugal, centro de São Paulo.

Por Daniella Cambaúva da Agência PT de Notícias

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast